Título original: Effect of the presence and type of angina on cardiovascular events in patients without known coronary artery disease referred for elective coronary angiography. Referência: Vavalle JP et al. JAMA Cardiology 2016;Epub ahead of print.
Os pacientes que apresentam angina típica mas que, antes do cateterismo, têm um teste de esforço negativo, demonstram uma alta taxa de doença arterial coronariana, de acordo com uma análise recente de pacientes submetidos a coronariografia eletiva.
Algo diferente foi observado naqueles pacientes com sintomas atípicos mas com teste de esforço positivo, onde só um de cada quatro apresentava doença obstrutiva nas coronárias.
Estes resultados mostram a relevância do julgamento clínico e da intuição dos cardiologistas quando valoram um paciente com possível doença coronariana.
Este estudo incluiu 15.888 pacientes sem história conhecida de doença coronariana, nos quais se realizou coronariografia eletiva entre 1996 e 2010, no Duke University Medical Center.
36,9% dos pacientes apresentaram angina típica, 38,8% apresentaram sintomas atípico e 24,3% foram completamente assintomáticos.
Um total de 4.994 pacientes tinha realizado previamente ao cateterismo um estudo de esforço, dos quais 3.812 foram negativos e 1.182 foram positivos no que diz respeito a indicadores de isquemia.
Algo importante de destacar é que mais de dois terços dos pacientes foram encaminhados a coronariografia sem nenhum tipo de teste funcional prévio. A explicação disso seria que diante de uma alta suspeita clínica de doença arterial coronariana, o resultado de um estudo intermediário não modificaria a conduta.
Na presente análise, os pacientes com angina típica mostraram a taxa mais alta de doença coronariana. 74,3% dos pacientes com sintomas típicos mas com teste de esforço negativo apresentaram doença coronariana significativa na coronariografia.
Naqueles com sintomas típicos mas que não foram submetidos a um teste de esforço e foram direto para a coronariografia, observou-se uma taxa de doença coronariana de quase 70%.
A taxa mais baixa de doença coronariana obstrutiva (24,6%) foi observada naqueles pacientes com sintomas atípicos ou sem sintomas e teste de esforço positivo.
Na era dos modernos estudos diagnósticos, continua havendo um lugar de destaque para o julgamento clínico na cabeceira da cama do paciente.