São limitados os dados existentes sobre a incidência, implicâncias clínicas e fatores predisponentes da trombose valvar em pacientes que foram submetidos a implante percutâneo da valva aórtica (TAVR). Neste estudo, buscou-se determinar toda a informação relevante sobre este tema mediante tomografia multicorte.
Foram incluídos 460 pacientes consecutivos que receberam TAVR com a prótese balão expansível Edwards Sapien XT ou Sapien 3 (Edwards Lifesciences, Irvine, Califórnia).
405 pacientes foram avaliados com tomografia multicorte além do ecocardiograma transesofágico ou transtorácico de 1 a 3 meses após o implante. Na tomografia foram buscados engrossamentos hipodensos compatíveis com trombose valvar.
A tomografia confirmou sinais de trombose valvar em 28 pacientes (7%), dos quais 23 se encontravam completamente assintomáticos. Os pacientes restantes apresentavam sintomas compatíveis com trombose obstrutiva valvar.
O risco de trombose valvar não se modificou com as diferentes gerações de dispositivos, porém foi mais frequente naqueles pacientes que não se encontravam recebendo warfarina comparando-se com os pacientes anticoagulados (10,7% vs. 1,8%; RR 6,09; IC 95% 1,86 a 19,84). As válvulas de maior diâmetro se associaram a maior risco de trombose (p = 0,03).
Na análise multivariada, as próteses de 29 mm (RR: 2,89; IC 95%: 1,44 a 5,80) e o fato de não receber warfarina pós-implante (RR: 5,46; IC 95% 1,68 a 17,7) foram preditores independentes de trombose.
O tratamento com warfarina foi efetivo para solucionar a trombose valvar em 85% dos pacientes de acordo com o seguimento com ecocardiograma transesofágico e tomografia multicorte.
Conclusão
A incidência de trombose valvar pós-TAVR neste trabalho foi de 7%. As válvulas de maior diâmetro mostraram mais predisposição à trombose, enquanto que o tratamento com warfarina teve um efeito protetor. Embora a maioria dos pacientes não tenham mostrado sintomas, as implicâncias clínicas da trombose valvar podem ser importantes.
Título original: Transcatheter Aortic Valve ThrombosisIncidence, Predisposing Factors, and Clinical Implications.
Referência: Nicolaj C. Hansson et al. J Am Coll Cardiol. 2016;68(19):2059-2069.
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