Dados de recentes estudos observacionais e randomizados sugerem que a maioria dos pacientes com estenose aórtica severa assintomática vai desenvolver indicação para a troca valvar.
A mortalidade nesta população “assintomática” não está dada somente pela morte súbita mas também pela morte de causa cardíaca. Uma intervenção precoce poderia evitar essas mortes como início dos sintomas da estenose aórtica.
Os pesquisadores levaram a cabo uma metanálise para conhecer a história natural contemporânea da estenose aórtica severa assintomática. O dado mais importante para buscar foi a mortalidade por qualquer causa durante o período de tratamento conservador.
Também se pesquisou a morte cardíaca, morte por insuficiência cardíaca, morte súbita, desenvolvimento de sintomas, desenvolvimento de indicação para a troca valvar e troca valvar propriamente.
O desfecho primário do estudo foi comparar a mortalidade a longo prazo entre os pacientes que receberam intervenção precoce vs. aqueles que receberam tratamento conservador (esperar os sintomas para indicar a intervenção).
Leia também: Intervenção em Cardiopatias Congênitas.
Foram analisados 29 trabalhos com um total de 4075 pacientes.
A intervenção precoce se associou a uma significativa redução da mortalidade a longo prazo (HR: 0,38; IC 95%, 0,25 a 0,58).
Os fatores associados com um pior prognóstico nos assintomáticos foram o grau de severidade da estenose, o baixo fluxo, o dano ventricular e os fatores de risco para doença aterosclerótica concomitante.
Conclusão
Dados de estudos observacionais e randomizados mostram que o início dos sintomas na estenose aórtica pode ser a morte cardíaca (por exemplo, a insuficiência cardíaca) e não só a morte súbita. Outros desfechos, além da morte súbita, devem ser considerados para decidir uma intervenção precoce da valva.
jamacardiology_gahl_2020_oi_200043_1602688141-17564freeTítulo original: Natural History of Asymptomatic Severe Aortic Stenosis and the Association of Early Intervention With Outcomes A Systematic Review and Meta-analysis.
Referência: Brigitta Gahl et al. JAMA Cardiol. 2020;5(10):1102-1112. doi:10.1001/jamacardio.2020.2497.
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