Desescalar a dupla antiagregação plaquetária poderia ser a estratégia mais efetiva após uma síndrome coronariana aguda, reduzindo sangramentos, custos e sem um aumento dos eventos isquêmicos.
Balancear os efeitos da dupla antiagregação plaquetária (DAPT) na era dos potentes inibidores do receptor P2Y12 se tornou a pedra angular do manejo das síndromes coronarianas agudas (SCA). Vários trabalhos randomizados publicados recentemente analisaram a hipótese de desescalar a DAPT para reduzir os sangramentos.
Para esta metanálise foram incluídos 15 estudos randomizados com mais de 55.000 pacientes. Ditos estudos compararam a segurança e eficácia de várias estratégias de DAPT em SCA, inclusive a de desescalar um inibidor potente a clopidogrel ou a doses baixas de prasugrel.
O desfecho primário de eficácia foi uma combinação de morte cardiovascular, infarto e AVC. O desfecho primário de segurança foi, obviamente, os sangramentos, tanto os maiores quanto os menores.
Desescalar a terapia se associou a uma significativa redução do sangramento (HR: 0,48 vs. clopidogrel; HR: 0,32 vs. ticagrelor; HR: 0,36 vs. dose padrão de prasugrel e HR: 0,40 vs. doses baixas de prasugrel). Isso não comprometeu em absoluto os eventos isquêmicos.
Não foram observadas diferenças significativas em termos de eventos isquêmicos ou sangramentos entre desescalar a clopidogrel ou a baixas doses de prasugrel.
Conclusão
Desescalar a clopidogrel ou a doses baixas de prasugrel foi a estratégia mais efetiva, reduzindo os sangramentos e sem prejuízos em termos isquêmicos em comparação com outras estratégias estabelecidas de dupla antiagregação com potentes inibidores do receptor P2Y12.
Título original: De-Escalation of Dual Antiplatelet Therapy in Patients With Acute Coronary Syndromes.
Referência: Satoshi Shoji et al. J Am Coll Cardiol. 2021 Jul 9;S0735-1097(21)05327-4. Online ahead of print. doi: 10.1016/j.jacc.2021.06.012.
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