A incidência da trombose (LVT) após o IAM com elevação do segmento ST anterior (IAMCEST) varia entre 4% e 26% e se associa a uma má evolução a longo prazo.
No passado, a terapia com esquema triplo (antagonista da vitamina K mais DAPT) era recomendada como prevenção da LVT, apesar de não existir evidência científica de alta qualidade e de, ao contrário, haver um aumento de risco de sangramento maior.
O surgimento dos DOACS renovou o interesse nesta área. Um dos mais utilizados, o rivaroxabana, demonstrou resultados positivos em termos de tromboprofilaxia na fibrilação atrial.
O objetivo deste estudo randomizado, controlado e de superioridade foi examinar a efetividade do rivaroxabana mais DAPT na formação da LVT em pacientes com IAMCEST prévio.
O desfecho primário foi a formação de LVT em 30 dias. O desfecho secundário foi uma combinação de mortalidade total, LVT, embolia sistêmica, re-hospitalização por eventos cardiovasculares ou sangramento. Além disso, houve um desfecho de segurança que foi uma combinação de sangramento maior clinicamente relevante e menor dentro dos 30 dias.
Foram incluídos 279 pacientes, 139 dos quais foram randomizados ao grupo rivaroxabana (2,5 mg duas vezes por dia) mais DAPT e 140 ao grupo DAPT unicamente.
A idade média dos pacientes foi de 58 anos, a maioria da população esteve composta por homens e a metade deles eram dislipidêmicos e tabagistas. O KK foi de 1 na maioria dos casos, a fração de ejeção foi de 55% e 40% da população apresentou lesão de múltiplos vasos. O tempo de início de sintomas – balão em 85% – esteve dentro das 12 horas. A DAPT foi feita em 64% dos casos com ticagrelor e no restante com clopidogrel.
O desfecho primário mostrou uma menor incidência de LVT no grupo rivaroxabana vs. o grupo DATP unicamente, sendo de 0,7% vs. 8,6%, respectivamente (HR: 0,08; 95% CI: 0,01-0,62; p = 0,015). No que se refere ao desfecho secundário, observou-se uma diminuição de eventos clínicos adversos no grupo rivaroxabana (HR: 0,37; 95% CI: 0,17-0,80; p = 0,011) relacionada com uma menor embolização sistêmica, sem diferença no resto dos eventos.
Conclusão
Adicionar rivaroxabana em baixas doses a DAPT previne a formação de LVT em pacientes com IAMCEST anterior que foram encaminhados a intervenção coronariana. Mais estudos são necessários para avaliar a eficácia e a segurança a longo prazo.
Dr. Andrés Rodríguez.
Miembro del Consejo Editorial de SOLACI.org .
Título Original: Prophylactic Rivaroxaban Therapy for Left Ventricular Thrombus After Anterior ST-Segment Elevation Myocardial Infarction.
Referência: Zhongfan Zhang, MD et al J Am Coll Cardiol Intv 2022;15:861–872.
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