ESC 2022 | INVICTUS e PRE18FFIR

No 3º dia do Congresso Europeu de Cardiologia 2022 foi apresentado o estudo INVICTUS, que incluiu 4565 pacientes com fibrilação atrial secundária à doença cardíaca de etiologia reumática. O objetivo foi comparar o uso da rivaroxabana vs. antagonistas da vitamina K nessa população. A idade média da população foi de 50 anos e a maioria dos pacientes eram mulheres. 

ESC 2022

O desfecho primário (DP) foi AVC, embolia sistémica, IAM ou morte cardiovascular. O estudo mostrou como resultado 560 eventos no grupo rivaroxabana e 446 eventos no grupo antagonistas da vitamina K (HR 1.25; 95% CI 1.10-1.41). Na análise individual a rivaroxabana aumentou o risco de morte em 23% e de AVC em 37%. No entanto, não houve diferenças quanto ao risco de sangramento entre os dois grupos. A descontinuação da droga foi mais frequente no grupo rivaroxabana. 

Quando foram analisados os valores de RIN antes de começar o estudo dentro do intervalo terapêutico, os pacientes do grupo antagonista da vitamina K tiveram um resultado de 33% e no seguimento de até 4 anos o resultado chegou a 64%.

O uso de antagonistas de vitamina K deviria ser o tratamento padrão para a FA reumática. São necessários mais estudos para avaliar as diferentes terapias para esta população especial. 

Por outro lado, foi apresentado o estudo prospectivo multicêntrico PRE18FFIR, no qual a tomografia por emissão de pósitrons (PET) foi utilizada para identifica placas vulneráveis sem a necessidade de imagens intravasculares, predizendo o risco de futuros eventos cardiovasculares. Foram incluídos 704 pacientes com IAM recente e doença de múltiplos vasos. Todos os pacientes foram submetidos a PET e a tomografia coronariana, tendo sido de 2 anos o seguimento mínimo.

Leia também: ESC 2022 | SECURE Trial.

Não houve diferenças entre os pacientes com microcalcificações coronarianas ativas (CMA) e os que não as apresentavam. No entanto, quando se analisaram os eventos de morte cardiovascular ou IAM, a taxa de eventos foi maior no seguimento dos pacientes com imagens de PET positivas para CMA. 

Este estudo demonstra o importante papel da PET para a avaliação do risco cardiovascular. 

Dr. Andrés Rodríguez.
Membro do Conselho Editorial da SOLACI.org.


Subscreva-se a nossa newsletter semanal

Receba resumos com os últimos artigos científicos

Mais artigos deste autor

AHA 2025 | DAPT-MVD: DAPT estendido vs. aspirina em monoterapia após PCI em doença multivaso

Em pacientes com doença coronariana multivaso que se mantêm estáveis 12 meses depois de uma intervenção coronariana percutânea (PCI) com stent eluidor de fármacos...

AHA 2025 | TUXEDO-2: manejo antiagregante pós-PCI em pacientes diabéticos multivaso — ticagrelor ou prasugrel?

A escolha do inibidor P2Y12 ótimo em pacientes diabéticos com doença multivaso submetidos a intervenção coronariana percutânea (PCI) se impõe como um desafio clínico...

AHA 2025 | OPTIMA-AF: 1 mês vs. 12 meses de terapia dual (DOAC + P2Y12) após PCI em fibrilação atrial

A coexistência de fibrilação atrial (FA) e doença coronariana é frequente na prática clínica. Os guias atuais recomendam, para ditos casos, 1 mês de...

AHA 2025 | Estudo OCEAN: anticoagulação vs. antiagregação após ablação bem-sucedida de fibrilação atrial

Após uma ablação bem-sucedida de fibrilação atrial (FA), a necessidade de manter a anticoagulação (ACO) a longo prazo continua sendo incerta, especialmente considerando que...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

Assista novamente: Embolia Pulmonar em 2025 — Estratificação de Risco e Novas Abordagens Terapêuticas

Já está disponível para assistir o nosso webinar “Embolia Pulmonar em 2025: Estratificação de Risco e Novas Abordagens Terapêuticas”, realizado no dia 25 de...

Um novo paradigma na estenose carotídea assintomática? Resultados unificados do ensaio CREST-2

A estenose carotídea severa assintomática continua sendo um tema de debate diante da otimização do tratamento médico intensivo (TMO) e a disponibilidade de técnicas...

Remodelamento cardíaco após a oclusão percutânea da CIA: imediato ou progressivo?

A comunicação interatrial (CIA) é uma cardiopatia congênita frequente que gera um shunt esquerda-direita, com sobrecarga de cavidades direitas e risco de hipertensão pulmonar...