Estenose aórtica moderada: devemos começar a avaliá-la melhor

A estenose aórtica moderada (EAO M) abrange um espectro mais amplo que a estenose aórtica severa; no entanto, sua evolução ainda não foi completamente esclarecida. Embora existam relatórios que sugerem que esta doença não é tão benigna como se acreditava inicialmente, formula-se a necessidade de considerar intervenções precoces em determinadas ocasiões. 

Estenosis aórtica moderada: debemos comenzar a evaluarla mejor

Foi levada a cabo uma análise que abrangeu o período de janeiro de 2016 a junho de 2020, na qual foram estudados 674 pacientes com EAO M. Para definir dita categoria, foi considerada uma área valvar aórtica ente 1 cm² e 1,5 cm², um gradiente médio entre 20 mmHg e 40 mmHg, e uma velocidade pico inferior a 4 m/s.

Os pacientes tinham uma idade média de 75 anos, sendo 57% do sexo masculino. Do total dos pacientes, 81% apresentava hipertensão, 38% diabetes, 49% doença coronariana, 28% AVC, 44% fibrilação atrial, 75% níveis elevados de NT-pro BNP, 70% < 60 eGRF. A fração de ejeção foi de 60%, com um gradiente médio de 33 mmHg, velocidade pico de 3,42 m/s, área valvar aórtica de 1,2 cm², calcificação severa em 13% dos casos, calcificação moderada em 72%, sendo que 10% da população apresentava valvas bicúspides.

Durante o seguimento de um ano, observou-se que o MACE foi de 45,3%, ao passo que a mortalidade alcançou 19,6%. Um total de 114 pacientes (16,9%) teve que ser submetido a uma substituição valvar aórtica, dentre os quais 45 foram submetidos a TAVI e 21,4% sofreram hospitalização devido à insuficiência cardíaca. 

Leia também: bRIGHT: Impacto e segurança em uma coorte de Real-Word do dispositivo TriClip.

Os fatores preditores de MACE incluíram níveis elevados de NT-pro BNP, presença de diabetes, elevação da onda E mitral e a existência de fibrilação atrial no momento do diagnóstico. 

Conclusão

Estes achados lançaram luz sobre o prognóstico relativamente desfavorável a curto prazo e à estratificação de pacientes com estenose aórtica moderada. Além disso, respaldaram a necessidade de empreender estudos randomizados para avaliar a eficácia dos tratamentos percutâneos, como a substituição valvar aórtica, nesta população específica. 

Dr. Carlos Fava - Consejo Editorial SOLACI

Dr. Carlos Fava.
Membro do Conselho Editorial da SOLACI.org.

Título Original: Predictors of Major Adverse Cardiovascular Events in Patients With Moderate Aortic Stenosis: Implications for Aortic Valve Replacement.

Referência: Travis Howard, et al. Circ Cardiovasc Imaging. 2023;16:e015475. DOI: 10.1161/CIRCIMAGING.123.015475.


Subscreva-se a nossa newsletter semanal

Receba resumos com os últimos artigos científicos

Mais artigos deste autor

Principais estudos do segundo dia do ACC 2025

BHF PROTECT-TAVI (Kharbanda RK, Kennedy J, Dodd M, et al.)O maior ensaio randomizado feito em 33 centros do Reino Unido entre 2020 e 2024...

Bloqueio do ramo esquerdo após o TAVI, qual é o seu impacto?

Gentileza do Dr. Juan Manuel Pérez. O bloqueio do ramo esquerdo (BCRE) é uma complicação frequente após o implante percutâneo da valva aórtica (TAVI), que...

Análise prospectiva da viabilidade do sistema PASCAL para a reparação mitral transcateter: registro OneForAll

Gentileza do Dr. Juan Manuel Pérez A reparação mitral transcateter borda a bora (M-TEER) é uma opção eficaz para pacientes com insuficiência mitral severa e...

Experiencia Multicêntrica com Ecocardiografia Intracardíaca 3D para Guiar Procedimentos Cardíacos Intervencionistas

Gentileza do Dr. Juan Manuel Pérez. As técnicas de imagem desempenham um papel crucial nos procedimentos cardíacos intervencionistas. A ecocardiografia intracardíaca (ICE) se apresenta como...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

Principais estudos do segundo dia do ACC 2025

BHF PROTECT-TAVI (Kharbanda RK, Kennedy J, Dodd M, et al.)O maior ensaio randomizado feito em 33 centros do Reino Unido entre 2020 e 2024...

ACC 2025 | FAME 3: Angioplastia guiada por FFR vs. cirurgia de revascularização. Resultados finais em seguimento de 5 anos

Em anos anteriores os estudos que compararam a angioplastia coronariana (PCI) com a cirurgia de revascularização miocárdica (CABG) mostraram uma menor quantidade de eventos...

ACC 2025 | FLAVOUR II: Angioplastia guiada por FFR derivado de angiografia vs. angioplastia com IVUS

A avaliação fisiológica é eficaz na tomada de decisões para a realização de uma angioplastia coronariana (PCI). No entanto, apesar da evidência disponível, seu...