TCT 2023 | ISAR-DESIRE 3: Resultados de acompanhamento de 10 anos

A reestenose intrastent (ISR) continua sendo a principal limitação do tratamento percutâneo da doença arterial coronariana. A estratégia para abordar dita limitação envolve o uso de stents eluidores de fármacos (DES) ou balões recobertos de fármacos (DCB), ambas demonstrando ser efetivas e seguras como alternativas terapêuticas. 

TCT 2023 | SWEDEHEART, evolución  a 5 años

Apesar das recomendações atuais, o tratamento da ISR continua sendo um desafio e a evidência de estudos clínicos é limitada. 

O objetivo do estudo randomizado e prospectivo ISAR-DESIRE 3 foi pesquisar a incidência a longo prazo da revascularização recorrente após o tratamento de ISR com stents eluidores de fármacos. 

O desfecho primário (DP) foi a necessidade de repetir a revascularização da lesão tratada (R-TLR), definida como qualquer procedimento de revascularização repetido nos 10 anos de acompanhamento. 

Um total de 402 pacientes foram designados ao acaso a receber tratamento com balão convencional (PB), DCB ou DES. Em 10 anos, o DP foi necessário em 204 lesões, dentre as quais 82 se encontravam no grupo PB, 70 no grupo DCB e 52 no grupo DES. Durante o primeiro ano de acompanhamento, o risco de R-TLR se reduziu com o uso de DCB (HR = 0,36 [IC de 95%: 0,24-0,54]) e DES (HR = 0,23 [0,14-0,38]) em comparação com os PB. 

Leia também: TCT 2023 | Estudio CLASP IID: Resultados a 1 año – PASCAL vs MITRACLIP para Insuficiencia Mitral Degenerativa.

Depois do primeiro ano, o risco de R-TLR se reduziu de maneira significativa com os DCB (HR = 0,77 [0,51-1,16]) e de maneira significativa com os DES (HR = 0,61 [0,39-0,95]). O risco dos DCB em comparação com os DES foi similar durante (HR = 1,54 [0,89-2,69]) e depois de um ano (HR = 1,26 [0,82 – 1,92]).

Conclusão

Em resumo, o número total de R-TLR após 10 anos de tratamento de DES-ISR é elevado. Tanto a utilização de DCB quanto, em particular, de DES, representam alternativas para reduzir a necessidade da primeira revascularização e da revascularização recorrente em comparação com os PB. 

Dr. Andrés Rodríguez.
Membro do Conselho Editorial da SOLACI.org.

Título Original: Recurrent Revascularization at 10 Years after Percutaneous Treatment of Drug Eluting Stent Restenosis.

Referência: Tobias Koch, MD et al TCT 2023.


Subscreva-se a nossa newsletter semanal

Receba resumos com os últimos artigos científicos

Mais artigos deste autor

COILSEAL: Utilização de coils na angioplastia coronariana: uma ferramenta de valor nas complicações?

A utilização de coils como ferramenta de oclusão vascular tem experimentado uma expansão progressiva, partindo de seu uso tradicional em neurorradiologia até incorporar-se ao...

Tratamento da reestenose intrastent em vasos pequenos com balões recobertos de paclitaxel

A doença arterial coronariana (DAC) em vasos epicárdicos de menor calibre se apresenta em 30% a 67% dos pacientes submetidos a intervenção coronariana percutânea...

Perfurações coronarianas e o uso de stents recobertos: uma estratégia segura e eficaz a longo prazo?

As perfurações coronarianas continuam sendo uma das complicações mais graves do intervencionismo coronariano (PCI), especialmente nos casos de rupturas tipo Ellis III. Diante dessas...

Doença de tronco da coronária esquerda: ATC guiada por imagens intravasculares vs. cirurgia de revascularização miocárdica

Múltiplos ensaios clínicos randomizados demonstraram resultados superiores da cirurgia de revascularização coronariana (CABG) em comparação com a intervenção coronariana percutânea (ATC) em pacientes com...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

COILSEAL: Utilização de coils na angioplastia coronariana: uma ferramenta de valor nas complicações?

A utilização de coils como ferramenta de oclusão vascular tem experimentado uma expansão progressiva, partindo de seu uso tradicional em neurorradiologia até incorporar-se ao...

Tratamento da reestenose intrastent em vasos pequenos com balões recobertos de paclitaxel

A doença arterial coronariana (DAC) em vasos epicárdicos de menor calibre se apresenta em 30% a 67% dos pacientes submetidos a intervenção coronariana percutânea...

Desafios contemporâneos na oclusão do apêndice atrial esquerdo: enfoque atualizado sobre a embolização do dispositivo

Embora a oclusão percutânea do apêndice atrial esquerdo seja, em geral, um procedimento seguro, a embolização do dispositivo – com uma incidência global de...