Apesar da angioplastia primária, muitos pacientes com infarto agudo do miocárdio com elevação do segmento ST (STEMI) mostram evidência de disfunção microvascular. Tal disfunção pode se caracterizar por dois aspectos principais:
- Resistência microvascular mínima, que se avalia mediante a medição do índice de reserva microvascular (IMR).
- Capacidade vasodilatadora da microcirculação – medida pela reserva coronariana de fluxo (CFR) – que pode estar influenciada pela doença epicárdica.
Recentemente foi identificado um novo índice específico para avaliar a microcirculação, denominado reserva de resistência microvascular (MMR), que permite medir a capacidade vasodilatadora independente do epicárdio.
O propósito deste estudo foi determinar o valor prognóstico da MRR nos resultados clínicos de pacientes com STEMI, bem como estabelecer um limiar ótimo de MMR para predizer eventos adversos. Para isso, foi levada a cabo uma análise de dados de indivíduos provenientes de seis coortes de pacientes com STEMI, incluindo um total de 446 participantes. A função microvascular foi avaliada imediatamente depois da PCI utilizando-se uma técnica de termodiluição por bólus para calcular a MRR.
Os pacientes incluídos tinham uma idade média de 61,6 anos, com uma participação de 82% de homens, 42,2% de tabagistas e 14,8% de diabéticos. Aqueles que tinham MMR ≤ 1,25 mostraram 67,5% de eventos combinados de mortalidade por todas as causas ou falha cardíaca em comparação com somente 19,1% dos que apresentavam MMR > 1,25 (HR 4,16, IC de 95%: 2,31-7,50).
Os autores concluem que a MMR é um fator independente para predizer eventos adversos em pacientes com STEMI, estabelecendo um ponto de corte de 1,25 para dito índice.
Dr. Omar Tupayachi.
Membro do Conselho Editorial da SOLACI.org.
Referência: Apresentado por Mohamed El Farissi, no Late-Breaking Clinical Trials, EuroPCR 2024, 14-17 de maio, Paris, França.
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