Título original: Long-term outcomes following infrapopliteal angioplasty for critical limb ischemia. Referência: Ruby C. Lo et al. J Vasc Surg 2013;-:1-10.
A angioplastia foi estabelecida como uma alternativa para o tratamento da doença periférica infrainguinal com resultados comparáveis em termos de resgate do membro aos da cirurgia.
No entanto, estes dados referem-se à região ilíaca ou femoral, não sendo tão clara a informação para a região infrapatelar, principalmente em longo prazo. Foram incluídos no registro 413 pacientes consecutivos com doença infrapatelar e isquemia crítica com um acompanhamento médio de 15 meses. A intenção de tratamento foi angioplastia com balão, exceto quando surgisse uma dissecação com comprometimento do fluxo ou uma lesão residual >30%.
A maioria dos pacientes (79%) apresentava úlceras ativas e alguns poucos apenas dor de repouso (12%). A intervenção em múltiplos segmentos (infrapatelar + femoropoplíteo ou ilíaco) foi realizada em 50% da população. O sucesso técnico foi alcançado em 93% dos procedimentos e a razão mais comum para falha foi a incapacidade de atravessar com a guia uma oclusão total. 15% precisaram do implante de um stent por dissecação com comprometimento do fluxo.
As complicações periprocedimento manifestaram-se em 52 pacientes (11%), sendo as complicações vasculares as mais frequentes seguidas da lesão renal aguda. O uso anterior de warfarina (23% em contraste com 8%, p=0,001) e o acesso anterógrado (24% em contraste com 10%, p=0,025) foram significativamente associados com estas complicações. A mortalidade intraospitalar foi de 2%; em um ano, de 17%; em 3 anos, de 36%, e em 5 anos alcançou 51%. O resgate do membro foi de 84% em um ano e de 81% para os que sobreviveram até 5 anos.
Conclusão:
A angioplastia infrapatelar pode alcançar um resgate do membro e uma sobrevivência em 5 anos similares aos relatados para a cirurgia; portanto, pode ser considerada uma razoável primeira opção de tratamento.
Comentário editorial:
Apesar de a reestenose ter alcançado 74% em 5 anos (isto poderia ser suficientemente alto para se reconsiderar a estratégia) não se deve esquecer que o objetivo em um paciente com isquemia crítica é evitar a amputação e isto foi obtido em 81% da população no mesmo período de 5 anos. Se isto é conseguido, mesmo que seja um vaso permeável até o pé e as ferida cicatrizam, o objetivo terá sido alcançado, mesmo que depois ocorra a reestenose. Também não devemos esquecer a alta mortalidade destes pacientes quando a doença vascular periférica é apenas uma das múltiplas comorbidades.
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