Título Original: Effectiveness of Renal Denervation Therapy for Resistant Hypertension: A Systematic Review and Meta-Analysis. Referência: Mark I. Davis et al. J Am Coll Cardiol 2013. Article in press.
A Hipertensão resistente é a impossibilidade de controlar a tensão arterial apesar do uso de 3 ou mais drogas diferentes incluindo um diurético. Para a maioria dos estudos, ao menos 10 a 15% dos pacientes apresentam hipertensão resistente, especialmente os idosos, obesos, diabéticos, insuficientes renais e com apnéia do sono. A denervação renal por radiofrequência tem surgido recentemente como una opção para tratar estes ptes, porém a evidência ainda é relativamente pequena e na sua maioria sem grupo controle ou randomização. Esta meta análise incluiu um total de 561 ptes de 12 estudos tanto randomizados como observacionais publicados entre 2008 e 2012. O objetivo primário da análise foi a redução média da tensão arterial sistólica e diastólica entre os 3 e os 6 meses pós procedimento. Todos os pacientes tinham hipertensão resistente que precisava uma média de 5 drogas e apesar disso o controle não era adequado.
Nos estudos controlados observou-se uma redução média aos 3 meses da pressão sistólica de 28.9 mmHg, e da diastólica de 11 mmHg com a denervação renal comparado com o grupo controle (p<0.001 para ambas) e este benefício manteve-se no ano. Nos estudos não controlados observou-se uma redução similar da tensão arterial ainda que com uma tendência a superestimar o efeito com relação aos trabalhos controlados. Os estudos incluídos nesta meta análise avaliaram 5 diferentes cateteres de denervação renal, sem se observarem diferentes respostas aos mesmos. A taxa de não respondedores (diminuição da pressão menor a 10 mmHg) foi de 13.3% na poblação global. Não houve nenhuma morte no período de seguimento e a taxa de complicações relatadas foi <1% com uma dissecação da artéria renal e 4 pseudoaneurismas no local da punção femoral.
Conclusão:
A denervação renal resultou em uma diminuição significativa da tensão arterial em pacientes com hipertensão resistente. Este benefício foi similar além do desenho do estudo ou o cateter utilizado. São necessários estudos randomizados de maior escala para confirmar a eficácia e segurança do procedimento.
Comentário editorial:
561 pacientes parecem poucos para uma meta análise, mas esta representa toda a evidência publicada para este procedimento. A denervação renal parece bem tolerada sendo o efeito adverso mais frequente a dor abdominal que responde bem a sedação e analgesia. Os estudos como o Symplicity HTN-1 que contaram com seguimento de imagens (Doppler, angiotomografia o angioressonância) não mostraram problemas nas artérias renais em 6 meses. Se bem que é dificil realizar um análise de subgrupos chama atenção que os pacientes que basalmente tinham pressão mais baixa, também foram os que responderam menos à denervação, por exemplo, aqueles que com mais de 3 drogas tinham uma tensão arterial de entre 140 e 160 mmHg a taxa de não resposta atingiu quase 50%. Neste momento há vários estudos em desenvolvimento que vão contribuir mais pacientes e mais tempo de seguimento mas ainda nenhum que compare diferentes dispositivos.
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