O diclofenaco é o medicamento mais utilizado do grupo dos anti-inflamatórios não esteroides (AINE) em 15 países estudados e se inclui entre os medicamentos essenciais nas listas de 74 países de média e alta renda, apesar da sua conhecida tendência a causar ataques cardíacos e acidentes vasculares cerebrais em pacientes vulneráveis, segundo alerta um estudo publicado na revista PLoS Medicine.
Este risco, dizem os autores do trabalho, é quase idêntico ao do Vioxx (rofecoxib) -– um inibidor da COX-2 –, que foi retirado de venda em todo o mundo em 2004 devido ao risco cardiovascular. Isto faz com que os especialistas solicitem que o diclofenaco também seja removido das listas de medicamentos essenciais e que as autorizações globais de venda sejam revogadas.
E de acordo com o último relatório da Agência Espanhola do Medicamento, de outubro de 2012, com base em uma abrangente revisão dos estudos – meta-análise de ensaios clínicos e estudos observacionais, como também de vários estudos observacionais recentemente publicados e do projeto de pesquisa independente “Safety of non-steroidal anti-inflammatory drugs” (SOS) –, o diclofenaco parece ter um risco cardiovascular maior em relação a outros AINE e semelhante ao observado para os inibidores da COX-2. O documento ressalta que a informação sobre o efeito da dose de diclofenaco sobre o risco cardiovascular, embora limitada, parece indicar que o risco cardiovascular é maior com doses acima de 100 mg/dia. Mas acrescenta: “deve ser levado em conta que embora o perfil de risco cardiovascular pudesse ser mais desfavorável para o diclofenaco em relação ao naproxeno ou ao ibuprofeno, o aumento de risco observado é moderado”.
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