Dietas com baixos teores de carboidratos e progressão da calcificação coronariana

As pessoas que começam a fazer dietas com baixos teores de carboidratos ainda na juventude apresentam um risco incrementado de progressão da calcificação coronariana, particularmente quando os carboidratos são substituídos por proteínas e gorduras animais. 

Dietas bajas en carbohidratos y progresión de la calcificación coronaria

Foram incluídos participantes do estudo CARDIA (Coronary Artery Risk Development in Young Adults) que submetidos a uma tomografia entre o ano 2000 e 2001 para conhecer o escore de cálcio, tendo sido respondido o questionário de alimentação. 

A progressão foi definida como qualquer calcificação em participantes que basalmente tinham calcificação igual a 0, um aumento de 10 pontos anuais naqueles que basalmente tinham uma calcificação entre 0 e 100 ou um aumento ≥ 10% naqueles que basalmente tinham uma calcificação ≥ 100.

Este inovador trabalho publicado no Arterioscler Thromb Vasc Biol incluiu 2226 participantes com uma idade média de 40,4 anos. O consumo médio de carboidratos foi de 47,8% do total de calorias diárias. 

Após um seguimento de 8,3 anos observou-se que 26,5% da população cumpriu o critério de progressão. 


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Foram feitos múltiplos ajustes por fatores de risco tradicionais, observando-se que a porcentagem de carboidratos nas calorias da dieta se associa de maneira inversa com o risco de calcificação coronariana (HR 0,731, IC 95% 0,552 a 0,968; p = 0,029).

Em outras palavras, quanto menor a quantidade de carboidratos, maior a calcificação. 

Aqui é necessário fazer um esclarecimento muito interessante: a progressão da calcificação foi observada quando as calorias dos carboidratos foram substituídas por proteínas ou gorduras de origem animal. Quando a substituição dos carboidratos foi feita com base em plantas não houve progressão da calcificação. 

Conclusão

As dietas com baixos teores de carboidratos iniciadas na juventude se associam a um incremento do risco de progressão da calcificação coronariana. O anteriormente afirmado é particularmente válido quando as calorias dos carboidratos são substituídas por proteínas ou gorduras de origem animal. 

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Título original: Low-Carbohydrate Diet Score and Coronary Artery Calcium Progression. Results From the CARDIA Study.

Referência: Jing-Wei Gao et al. Arterioscler Thromb Vasc Biol. 2020;40:00–00. DOI: 10.1161/ATVBAHA.120.314838.


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