TAVI: a mobilidade se relaciona com o prognóstico

Título original: Poor Mobility Predicts Adverse Outcomes Better Than Other Frailty Indices in Patients Undergoing Transcatheter Aortic Valve Implantation. Referência: James Cockburn, et al. Catheterization and Cardiovacular Intervention 2015;86:1271-1277

Gentileza do Dr. Carlos Fava
Cardiologista Intervencionista
Fundación Favaloro – Buenos Aires

Existe um grupo de pacientes de alto risco e que, ademais, são frágeis, para os quais ainda não está definido o melhor índice de avaliação para saber qual será o benefício que receberão com a substituição percutânea da válvula aórtica (TAVI).

Foram incluídos 312 pacientes avaliados a partir de diferentes testes de mobilidade e fragilidade. A idade média foi de 81 anos, a maioria do sexo masculino, a área valvular aórtica foi de 0,72 cm2 e o gradiente de 80 mmHg. O Logistic EuroSCORE e o STF foram 17,4 ± 9,4 e 4,6 ± 2,8. 20% apresentavam doença coronária.

Cerca de 90% dos procedimentos foram realizados por acesso femoral, utilizando-se oclusão percutânea em mais 80% dos casos. A válvula implantada com maior frequência foi a CoreValve. A maioria dos procedimentos se realizou com anestesia local mais sedação.

O seguimento foi a 2 anos; a sobrevida a 30 dias foi de 95% e de 75% no final do período. Na análise univariada e multivariada a reduzida mobilidade (por disfunção muscular esquelética ou neurológica) foi o melhor preditor a curto e longo prazo de evolução adversa.

Conclusão
A mobilidade reduzida prediz a curto e longo prazo uma pior evolução nos pacientes que recebem TAVI. Estes dados sugerem que seria necessário avaliar no momento do screening a mobilidade dos pacientes selecionados para receber TAVI.

Comentário
Existem diferentes testes de fragilidade, mas os mesmos não foram desenhados para este grupo de pacientes. Esta é a primeira análise que avalia a mobilidade e não demonstra sua evolução a curto e longo prazo.

Seria necessário o desenho de um teste de fragilidade para TAVI, mas enquanto não dispusermos dele, talvez a mobilidade dos pacientes nos ajude a definir quais são os que se beneficiariam com esta estratégia.

Mais artigos deste autor

Remodelamento cardíaco após a oclusão percutânea da CIA: imediato ou progressivo?

A comunicação interatrial (CIA) é uma cardiopatia congênita frequente que gera um shunt esquerda-direita, com sobrecarga de cavidades direitas e risco de hipertensão pulmonar...

É realmente necessário monitorar todos os pacientes após o TAVI?

Os distúrbios de condução (DC) posteriores ao implante percutâneo da valva aórtica (TAVI) constituem uma complicação frequente e podem incidir na necessidade de um...

Valvoplastia aórtica radial: vale a pena ser minimalista?

A valvoplastia aórtica com balão (BAV) foi historicamente empregada como estratégia de “ponte”, ferramenta de avaliação ou inclusive tratamento paliativo em pacientes com estenose...

Fibrilação atrial após oclusão percutânea do forame oval patente: estudo de coorte com monitoramento cardíaco implantável contínuo

A fibrilação atrial (FA) é uma complicação bem conhecida após a oclusão do forame oval patente (FOP), com incidência relatada de até 30% durante...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

Assista novamente: Embolia Pulmonar em 2025 — Estratificação de Risco e Novas Abordagens Terapêuticas

Já está disponível para assistir o nosso webinar “Embolia Pulmonar em 2025: Estratificação de Risco e Novas Abordagens Terapêuticas”, realizado no dia 25 de...

Um novo paradigma na estenose carotídea assintomática? Resultados unificados do ensaio CREST-2

A estenose carotídea severa assintomática continua sendo um tema de debate diante da otimização do tratamento médico intensivo (TMO) e a disponibilidade de técnicas...

Remodelamento cardíaco após a oclusão percutânea da CIA: imediato ou progressivo?

A comunicação interatrial (CIA) é uma cardiopatia congênita frequente que gera um shunt esquerda-direita, com sobrecarga de cavidades direitas e risco de hipertensão pulmonar...