Preditores de oclusão da ponte de artéria mamária esquerda

A artéria mamária interna esquerda é o conduto preferido para utilizar como ponte à artéria descendente anterior em pacientes que recebem cirurgia de revascularização miocárdica.

 

Não há avaliações sistemáticas publicadas que se refiram à frequência e preditores de falha deste enxerto a longo prazo.

 

No estudo PREVENT IV, foram incluídos 1.539 pacientes que receberam cirurgia de revascularização miocárdica com ponte de artéria mamária interna à descendente anterior e seguimento angiográfico de entre 12 e 18 meses.

Utilizou-se regressão logística para identificar as características associadas à falha desta ponte (lesão ≥75%) e sua relação com eventos clínicos como morte, infarto e necessidade de nova revascularização.

 

A falha do enxerto mamário ocorreu em 132 pacientes (8,6%). Os preditores de falha da ponte foram uma obstrução na artéria descendente anterior < 75% (OR 1,76; IC 95% 1,19-2,59), uma ponte adicional a um ramo diagonal (OR 1,92; IC 95% 1,33-2,76) e a ausência de diabetes (OR 1,82; IC 95% 1,20-2,78).

 

A falha do enxerto mamário se associou com uma maior incidência de infarto agudo do miocárdio e fundamentalmente com a necessidade de nova revascularização.

 

Conclusão
A falha do enxerto de artéria mamária está associada a eventos clínicos e pode ser observada principalmente em pacientes que tinham, previamente à cirurgia, uma lesão intermédia na artéria descendente anterior ou que ademais receberam uma ponte em um ramo diagonal. Este achado deve ser levado em conta no momento de indicar uma cirurgia em pacientes que não têm evidência funcional de isquemia em território da artéria descendente anterior.

 

Título original: Frequency and Predictors of Internal Mammary Artery Graft Failure and Subsequent Clinical Outcomes: Insights From the PREVENT IV Trial. Referência:Ralf E. Harskamp et al. Circulation. 2015 Dec 8. Epub ahead of print.


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