Gentileza do Dr. Carlos Fava.
O índice de massa corporal (IMC) sempre teve um papel importante na cirurgia cardiovascular. No entanto, dispõe-se de pouca informação sobre seu efeito no TAVI.
Neste estudo foram incluídos 491 pacientes, que foram divididos de acordo com o IMC, considerando-se:
- < 20 Kg/m2 baixo
- 20-24,9 Kg/m2 normal
- 25-30 Kg/m2 sobrepeso
- > 30 Kg/m2 obeso
O IMC foi baixo em 43 pacientes (8,7%), normal em 148 (30,1%), sobrepeso em 162 pacientes (33%) e obeso em 138 pacientes (28,1%).
Os pacientes obesos foram mais jovens, a presença de diabetes foi mais frequente nos obesos mórbidos, mas houve menor antecedente de infarto prévio.
O escore STS esteve inversamente relacionado com o IMC:
Baixo peso: 11,4 ± 4,9
Normal: 9,1 ± 4,8
Sobrepeso: 8,4 ± 4,3
Obesidade: 7,9 ± 4
[p < 0,001]
A fração de ejeção também esteve inversamente relacionada com o IMC, mas ocorreu o contrário com a área valvar aórtica.
Não houve diferença no sucesso do procedimento, a não ser pelo maior tempo de fluoroscopia no grupo com obesidade mórbida. As complicações vasculares e as transfusões (critérios VARC-2) foram maiores nos pacientes de baixo IMC, mas a injúria renal aguda foi maior nos de maior IMC.
Com um ano de seguimento, a mortalidade por qualquer causa foi maior nos pacientes de baixo IMC comparando-se com os outros 3 grupos (p = 0,003).
Na análise multivariada, o IMC < 20 Kg/m2 foi um preditor independente de mortalidade (HR = 2,45; p = 0,01).
Conclusão
O índice de massa corporal < 20 Kg/m2 deve ser considerado um marcador de fragilidade durante o screening dos pacientes com estenose aórtica severa para TAVI, já que se associa a alta mortalidade, enquanto que os obesos apresentam um risco de mortalidade similar aos indivíduos de peso normal.
Comentário editorial
O IMC deveria ser incluído de forma rotineira dentro do screening dos pacientes que são avaliados para TAVI devido ao fato de se associar a complicações hospitalares e a mortalidade. O IMC baixo poderia ser usado como um índice objetivo de fragilidade. Deveríamos controlar mais o balanço hídrico na obesidade mórbida porque os indivíduos incluídos em dito grupo apresentam maior deterioro renal após o implante, o que pode estar relacionado com as perdas de volume que se produzem e que não são repostas no pós-procedimento imediato.
Gentileza do Dr. Carlos Fava. Fundação Favaloro, Buenos Aires, Argentina.
Título original: Body Mass Index Association with Survival IN Severe Aortic Stenosis Patients Undergoing Trancatheter Aortic valve Replacement
Referência: Edward Koifman, et al. Cateheterization cardiovascular Intervention 2016;88:118-124
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