Ticagrelor: Similar à aspirina em pacientes com AVC ou AIT

ticagrelor vs. aspirinaO ticagrelor poderia ser mais efetivo como antiplaquetário que a aspirina para prevenir AVC recorrente e eventos cardiovasculares em pacientes admitidos por uma isquemia cerebral aguda.

 

Este trabalho controlado e duplo-cego randomizou 13.199 pacientes de 33 países cursando um AVC não severo ou um ataque isquêmico transitório (AIT) de alto risco e não cardioembólico que não tivessem recebido trombolíticos intra-arteriais ou endovenosos.

 

Estes pacientes receberam ticagrelor (180 mg. de dose de carga seguidos de 90 mg. duas vezes por dia) ou aspirina (300 mg de carga seguidos de 100 mg/dia). O desfecho primário foi o tempo até a ocorrência de novos:

  • AVC.
  • Infarto agudo do miocárdio.
  • Morte dentro dos primeiros 90 dias.

 

Durante os 90 dias de tratamento, o desfecho primário ocorreu:

No grupo que recebeu ticagrelor: 6,7%

No grupo que recebeu aspirina: 7,5%

[HR 0,89; IC 95%: 0,78 a 1,01; p = 0,07].

 

AVC isquêmico recorrente ocorreu:

No grupo que recebeu ticagrelor: 5,8%

No grupo que recebeu aspirina: 6,7%

 

[HR 0,87; IC 95%, 0,76 a 1,00].

 

As taxas de sangramento maior, sangramento intracraniano e sangramento fatal foram quase idênticas entre ambas as drogas.

 

Conclusão

Em pacientes com AVC ou acidente isquêmico transitório, o ticagrelor não se mostrou superior à aspirina no que se refere à redução das taxas de AVC recorrente, infarto agudo do miocárdio ou morte dentro dos 90 dias do evento índice.

 

Título original: Ticagrelor versus Aspirin in Acute Stroke or Transient Ischemic Attack.

Referência: S. Claiborne Johnston et al. N Engl J Med 2016;375:35-43.

 

Sua opinião nos interessa. Pode deixar abaixo seu comentário, reflexão, pergunta ou o que desejar. Será mais que bem-vindo.

Mais artigos deste autor

AHA 2025 | DAPT-MVD: DAPT estendido vs. aspirina em monoterapia após PCI em doença multivaso

Em pacientes com doença coronariana multivaso que se mantêm estáveis 12 meses depois de uma intervenção coronariana percutânea (PCI) com stent eluidor de fármacos...

AHA 2025 | TUXEDO-2: manejo antiagregante pós-PCI em pacientes diabéticos multivaso — ticagrelor ou prasugrel?

A escolha do inibidor P2Y12 ótimo em pacientes diabéticos com doença multivaso submetidos a intervenção coronariana percutânea (PCI) se impõe como um desafio clínico...

AHA 2025 | OPTIMA-AF: 1 mês vs. 12 meses de terapia dual (DOAC + P2Y12) após PCI em fibrilação atrial

A coexistência de fibrilação atrial (FA) e doença coronariana é frequente na prática clínica. Os guias atuais recomendam, para ditos casos, 1 mês de...

AHA 2025 | Estudo OCEAN: anticoagulação vs. antiagregação após ablação bem-sucedida de fibrilação atrial

Após uma ablação bem-sucedida de fibrilação atrial (FA), a necessidade de manter a anticoagulação (ACO) a longo prazo continua sendo incerta, especialmente considerando que...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

COILSEAL: Utilização de coils na angioplastia coronariana: uma ferramenta de valor nas complicações?

A utilização de coils como ferramenta de oclusão vascular tem experimentado uma expansão progressiva, partindo de seu uso tradicional em neurorradiologia até incorporar-se ao...

Tratamento da reestenose intrastent em vasos pequenos com balões recobertos de paclitaxel

A doença arterial coronariana (DAC) em vasos epicárdicos de menor calibre se apresenta em 30% a 67% dos pacientes submetidos a intervenção coronariana percutânea...

Desafios contemporâneos na oclusão do apêndice atrial esquerdo: enfoque atualizado sobre a embolização do dispositivo

Embora a oclusão percutânea do apêndice atrial esquerdo seja, em geral, um procedimento seguro, a embolização do dispositivo – com uma incidência global de...