Este trabalho resume toda a evidência disponível sobre implante percutâneo da valva aórtica (TAVI) para tratar a insuficiência pura de valva nativa.
O implante cirúrgico é o tratamento padrão para a insuficiência aórtica pura. No entanto, há muitos relatos de casos e estudos pequenos nos quais se trataram pacientes de alto risco com insuficiência aórtica pura por cateterismo.
Os autores realizaram uma busca sistemática sobre trabalhos de pelo menos cinco pacientes com insuficiência aórtica pura que teriam recebido TAVI. O desfecho primário foi a mortalidade por qualquer causa.
Treze trabalhos com um total de 237 pacientes foram incluídos na análise. Neles, a maioria recebeu a prótese autoexpansível (79%).
O sucesso do procedimento variou entre 74% e 100% conforme os trabalhos e 17 pacientes do total (7%) requereram uma segunda válvula. A conversão a cirurgia convencional foi de 2,5%.
A taxa de mortalidade por qualquer causa após 30 dias foi de 7% (IC 95%: 3% a 13%). Não foram observados eventos cerebrovasculares e as taxas de sangramento maior e complicações vasculares foram de 2% e 3%, respectivamente.
A necessidade de marca-passo definitivo após o procedimento foi de 11%, porcentagem relativamente baixa levando em consideração o fato de ter sido utilizada válvula autoexpansível na grande maioria dos pacientes.
A taxa de insuficiência aórtica moderada a severa por procedimento foi de 9%.
Conclusão
Em pacientes selecionados com insuficiência aórtica pura descartados de cirurgia convencional por alto risco, o implante por cateterismo é factível e associado a uma aceitável mortalidade em curto prazo.
Título original: Transcatheter Aortic Valve Replacement for the Treatment of Pure Native Aortic Valve RegurgitationA Systematic Review.
Referência: Anna Franzone et al. J Am Coll Cardiol Intv. 2016. ONLINE FIRST.
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