Gentileza do Dr. Carlos Fava.
A lesão de tronco de coronária esquerda (TCE) foi historicamente território da cirurgia de revascularização miocárdica (CRM), embora há já vários anos e como o desenvolvimento dos novos stents farmacológicos (DES), a angioplastia (ATC) venha ganhando espaço neste cenário desafiante.
Analisou-se a população dos estudos SYNTAX e PRECOMBAT que apresentava lesão severa de tronco de coronária esquerda.
Foram incluídos 1.305 pacientes (657 receberam angioplastia e 648 foram submetidos a cirurgia de revascularização miocárdica) e analisou-se o MACE após 5 anos.
A média de idade da população foi de 64 anos, em grande parte composta por homens, com 28% de diabéticos. As características basais estiveram bem balanceadas entre as populações.
Após 5 anos, o MACE foi 28,3% para o grupo ATC e 23% no grupo CRM (HR: 1,23; IC 95% 1,01 a 1,55; p = 0,045). Esta diferença esteve conduzida principalmente pela maior revascularização associada a ATC (19,5% vs. 10,8%; HR: 1,85; IC 95% 1,38 a 2,47; p < 0,001). Ambas as estratégias mostraram taxas similares de morte e infarto, embora com uma menor tendência de AVC a favor do grupo ATC.
Naqueles pacientes que apresentavam somente lesão de TCE ou lesão de TCE + 1 vaso, a angioplastia se associou a uma redução de 60% de mortalidade (HR: 0,40; IC 95% 0,20 a 0,83; p = 0,029) e 67% de redução de mortalidade cardíaca (HR: 0,33; IC 95% 0,12 a 0,88; p = 0,025) comparada com a cirurgia de revascularização miocárdica.
Conclusão
Em pacientes com lesão de tronco de coronária esquerda, a cirurgia de revascularização miocárdica e a angioplastia apresentam taxas similares de morte, infarto e AVC. No grupo com lesão de tronco de coronária esquerda isolada ou tronco + 1 vaso, a angioplastia se associou a uma menor mortalidade por qualquer causa ou cardíaca.
Comentário editorial
Esta análise dos grandes estudos randomizados como os dois primeiros DES, revela resultados alentadores, especialmente nos pacientes de risco anatômico baixo ou intermediário, com uma taxa de menor mortalidade cardíaca e não cardíaca mas com maior taxa de reintervenção.
Gentileza do Dr. Carlos Fava. Fundação Favaloro, Buenos Aires, Argentina.
Título original: Outcomes After Percutaneous Coronary Intervention or Bypass Surgery in Patients with Unprotected Left Main Disease
Referência: Rafael Cavalcante et al. J Am Cardiol 2016;68:999-1009.
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