Este trabalho descreve a precisão da nova técnica para calcular o fluxo fracionado de reserva (FFR) por tomografia.
Outras técnicas por tomografia para calcular o FFR utilizam escalas alométricas e assumem a resistência microvascular coronariana. Contudo, esta nova técnica, em vez de assumir ditos parâmetros, calcula-os com base na deformação do lúmen das coronárias e da aorta. A acurácia desta nova técnica ainda não havia sido calculada.
Foram incluídos prospectivamente 42 pacientes (78 vasos) que foram submetidos a uma tomografia multicorte (320 detectores) e cujo FFR foi medido de maneira invasiva convencional.
A deformação em um corte transversal do lúmen das coronárias e da aorta adquirida em diástole foi utilizada para realizar os cálculos do FFR por tomografia (CT-FFR). Para o cálculo foi utilizado um computador convencional com o software dedicado.
Os primeiros 12 pacientes serviram de modelo para determinar o valor de corte ótimo para o CT-FFR que foi idêntico ao FFR convencional (≤0,8). Os seguintes 30 pacientes validaram os resultados.
A primeira coorte demonstrou que o ponto de corte ótimo para o CT-FFR foi de 0,8 com uma sensibilidade de 67% e uma especificidade de 91%.
Na coorte de validação foi possível medir com sucesso o CT-FFR em 56 dos 58 vasos analisados (97%). Comparando-se somente com as imagens anatômicas tomográficas, o CT-FFR ≤0,8 demonstrou uma maior especificidade (87% vs. 74%) e um maior valor preditivo positivo (74% vs. 60%) sem resignar sensibilidade (78% vs. 79%) ou valor preditivo negativo (89% vs. 88%).
O tempo médio que a análise do CF-FFR por paciente levou foi de 27,07 ± 7,54 minutos.
Conclusão
Esta nova técnica para medir o CT-FFR é factível e altamente reproduzível com um corte idêntico ao FFR convencional de 0,8. Adicionalmente, requer um tempo curto e pode ser realizada em um computador convencional.
Comentário editorial
A tomografia é uma ferramenta diagnóstica menos invasiva, segura e em alguns países mais barata que a coronariografia convencional. Por outro lado, tem a desvantagem de somar doses de radiação e contraste sem poder solucionar o problema com uma angioplastia ad-hoc, o que diminui sua utilidade naqueles pacientes com alta probabilidade pré-teste de doença coronariana.
Título original: Noninvasive CT-Derived FFR Based on Structural and Fluid AnalysisA Comparison With Invasive FFR for Detection of Functionally Significant Stenosis.
Referência: Ko BS et al. J Am Coll Cardiol Img. 2016. Online before print.
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