Gentileza do Dr. Carlos Fava.
A fragilidade é um fator que deve ser levado em consideração no momento de decidir o implante percutâneo da valva aórtica. (TAVI). Embora existam vários escores para sua avaliação, os mesmos não foram testados nesse grupo nem nessa estratégia.
Foram analisados 101 pacientes considerados clinicamente frágeis, que foram avaliados com os seguintes testes:
- Katz index of Independence of Activity in Daily Living (KI of ADL),
- Elderly Mobility Scale (EMS),
- Canadian Study of Health and Aging (CSHA),
- 5-meters walking test (5MWT),
- Hand Grip,
- Identification Senior at Risk.
A idade média da população foi de 81 anos, 61 pacientes foram mulheres, a maioria sintomáticos em classe funcional III/IV. A área aórtica média foi de 0,6 (0,4 a 0,8) cm2 e o gradiente de 87 (71 – 108) mmHg, o EuroSCORE I foi de 16,5% e o escore STS foi de 15,4%.
91,1% dos procedimentos foram realizados sob anestesia geral, o acesso femoral foi o mais utilizado (77,2%), seguido pelo transapical (20,8%) e pelo aórtico (2%).
Em um ano, a mortalidade por qualquer causa foi de 17,8%. De acordo com o 5MWT, 17,8% foram frágeis, com o CSHA scale, 16,9%, com o Katz Index, 17,8%, com o Hand Grip, 6,9% e com o ISAR, 52,5%. Houve uma significativa associação entre os índices de fragilidade e mortalidade por qualquer causa em um ano.
A análise ajustada confirmou a associação entre os diferentes índices de fragilidade e a mortalidade por qualquer causa em um ano. Pequenas mudanças no 5MWT (incremento de 1 segundo), EMS (diminuição de um ponto) e um aumento de CASH (de um ponto) resultam em um aumento de quase três vezes de mortalidade.
Conclusão
Este estudo confirma uma significativa capacidade de predição da maioria dos índices de fragilidade em mortalidade em 12 meses. Nos pacientes que são candidatos a TAVI, a utilização dos índices de fragilidade como o 5MWT, o EMS e o Hand Grip Test são altamente benéficos.
Comentário editorial
Cada vez estamos avaliando mais pacientes frágeis candidatos a TAVI. Esta análise nos mostra que, embora não exista um teste específico, talvez a associação deles nos proporcione informação importante sobre qual é o grupo que apresentará maior mortalidade, apesar de continuar sendo muito difícil descartar um paciente por essa razão. Ainda não contamos com toda a informação, deveremos continuar investigando para saber realmente qual é o grupo que não se beneficia com o implante percutâneo da valva aórtica.
Gentileza do Dr. Carlos Fava. Fundação Favaloro, Buenos Aires, Argentina.
Título original: Impact of frailty on mortality after trancatheter aortic valve implantation.
Referência: Pawel Kleczynski, et al. Am Heart J 2017;185:52-8.
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