Gentileza do Dr. Carlos Fava.
As lesões nas pontes venosas, por suas características, sempre foram um ‘adversário’ difícil para as ATC. Embora os DES tenham demonstrado sua superioridade frente aos BMS nas coronárias, a questão não está bem esclarecida com relação às PV, e até mesmo em alguns estudos realizados com DES de primeira geração (DES1) foram apresentados piores resultados.
Foram analisados 15.003 pacientes que receberam ATC em PV, dos quais 5.685 (38%) receberam BMS, 2.265 (24,3%) receberam DES1, e 7.053 (47,1%) receberam DES de segunda geração (DES2).
As populações apresentaram diferenças: em primeiro lugar, os que receberam DES1 eram pacientes mais jovens; em segundo lugar, os que receberam DES2 exibiam um maior grau de diabetes, hipertensão, dislipidemia, assim como um elevado índice de infarto agudo do miocárdio (IAM) e doença vascular periférica. A presença de múltiplos vasos foi de 27% para o grupo dos DES1, de 21% para o grupo de DES2 e de 14% para os BMS.
Realizou-se um Propensity Score Matching para homogeneizar a amostra.
Na análise crua dos dados, o grupo dos BMS apresentou maior MACE intra-hospitalar e uma maior mortalidade em 30 dias e em um ano quando comparado com os DES.
A taxa de MACE hospitalares foi significativamente menor como os DES2 (odds ratio: 0,51; 95% CI 0,38-0,68; p > 0,001) mas não com os DES1 (em comparação com os que receberam BMS).
A mortalidade em 30 dias e em um ano foi menor com os DES2 (30 dias: odds ratio 0,43; 95% CI 0,32-0,59; p < 0,001; e em um ano: odds ratio: 0,60; 95% CI, 0,51-0,70; p < 0,001) quando comparada com os BMS, mas sem diferença com os DES1.
Conclusão
Os pacientes que receberam DES2 nas PV apresentaram menor taxa de MACE hospitalar e menor mortalidade em 30 dias e em um ano, comparados com aqueles que receberam BMS.
Comentário
O fato de realizar ATC em uma PV de base evidencia-nos que estamos frente a um paciente com maior carga de doença aterosclerótica.
O estudo DELAYED RRIS (CYPHER) tinha demonstrado uma pior evolução dos DES1 neste território. Estudos posteriores tinham demonstrado igual mortalidade, mas menor reestenose e TLR. Esta análise demonstra que com outra plataforma de stent, outra droga e diferentes polímeros, reduz-se um evento duro, como é a morte, quando realizamos ATC em PV.
De qualquer forma, este estudo não é concludente. É necessário continuar investigando sobre o tema para dilucidar esta incógnita.
Gentileza do Dr. Carlos Fava.
Título original: Choice of Stent for percutaneous Coronary Intervention of Saphenous Vein Graft.
Referência: Javaid Iqbal, et al. Circulation Cardiovasc Intv 2017;10: e004457.
Receba resumos com os últimos artigos científicosSubscreva-se a nossa newsletter semanal
Sua opinião nos interessa. Pode deixar abaixo seu comentário, reflexão, pergunta ou o que desejar. Será mais que bem-vindo.