Segundo este trabalho – apresentado no ESC 2017 e publicado simultaneamente no NEJM – o oxigênio suplementar de rotina em pacientes sem hipoxemia e com suspeita de infarto agudo do miocárdio não resultou em uma redução da mortalidade por qualquer causa em um ano quando comparado com aqueles que receberam ar ambiente.
Não se observou benefício com o oxigênio em nenhum dos subgrupos pré-especificados, inclusive aqueles com infarto em curso confirmado. A extensão do dano miocárdico (medido por níveis de troponina T) também não se modificou entre os que receberam oxigênio e os que receberam ar ambiente.
Segundo os autores deste estudo, muitos médicos tiveram resistência inicialmente a não prover oxigênio a pacientes com suspeita de infarto, apesar da falta absoluta de evidência para fazê-lo. Provavelmente o acréscimo de oxigênio nesse contexto esteja entre os procedimentos que mantemos simplesmente porque sempre procedemos assim. Dito procedimento está inclusive sugerido nos guias da prática clínica, recomendação baseada somente na opinião de especialistas.
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Para responder à pergunta foram avaliados 6.629 pacientes incluídos no registro SWEDHEART que se apresentavam dentro das 6 horas do início de sintomas sugestivos de infarto agudo do miocárdio, com uma saturação acima de 90% e um eletrocardiograma que sugeria isquemia. Os pacientes foram randomizados a 6 litros/minuto de oxigênio por 6 a 12 horas vs. ar ambiente.
Em um ano, a taxa de mortalidade por qualquer causa foi de 5% para aqueles que receberam oxigênio vs. 5,1% para os que receberam ar ambiente (p = 0,8). Também não houve diferença nos desfechos combinados.
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A prioridade deveria ser trasladar os pacientes o mais rapidamente possível à sala de cateterismos e não perder tempo com o oxigênio suplementar se a saturação é adequada com ar ambiente.
Os guias europeus foram recentemente atualizados (2017) e só recomendam oxigênio suplementar quando a saturação se encontra abaixo de 95%.
Título original: Oxygen therapy in suspected myocardial infarction.
Apresentador: Hofmann R.
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