Com um seguimento médio de 15 anos e alguns pacientes que chegaram a mais de 20 anos, este estudo nos mostra que mais de 75% dos pacientes com estenose mitral de causa reumática apresentam um resultado sustentável com a valvoplastia com balão. Os preditores deste excelente resultado a longo prazo são muitos, mas fundamentalmente são determinados pela idade, pelos sintomas prévios e pela área valvar obtida após o procedimento.
A valvoplastia mitral é o tratamento de escolha nos pacientes com estenose mitral reumática e anatomia compatível, e este paradigma não se modificou com o correr dos anos.
Todos os pacientes consecutivos que receberam valvoplastia com balão entre 1987 e 2010 foram induzidos. O desfecho primário foi uma combinação de mortalidade por qualquer causa, necessidade de cirurgia mitral ou uma nova valvoplastia com um seguimento que chega aos 23 anos.
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Em total foram incluídos 1.582 pacientes durante esse transcurso de tempo e foi possível alcançar o sucesso em 90,9% da população (1.438 pacientes). Os preditores independentes de sucesso intraprocedimento foram o tamanho do átrio esquerdo (OR 0,96; p = 0,045), um escore de Wilkins ≤ 8 (OR 1,66; p = 0,045) e a idade (OR 0,97; p = 0,006).
O seguimento a muito longo prazo (média de 15,6 anos) foi obtido em 79,1% da população, observando-se uma taxa combinada de morte, cirurgia na valva ou nova valvoplastia de 19,1%. Por outro lado, a mortalidade foi baixíssima, tendo alcançado somente 0,6%, a necessidade de cirurgia na valva foi de 8,3% e a necessidade de uma nova valvoplastia foi de 10%.
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Na análise multivariada observou-se uma classe funcional III-IV (HR 1,62; p < 0,001), maior idade (HR 0,97; p = 0,028) e uma área mitral pós-procedimento ≤ 1,75 cm² (HR 1,67; p = 0,028) foram preditores independentes do desfecho primário.
Conclusão
Os anos passam e a valvoplastia mitral continua sendo o tratamento de escolha dos pacientes com estenose mitral reumática e anatomia factível devido a seus excelentes resultados, inclusive para além dos 20 anos.
Título original: Very Long Term Follow-Up After Percutaneous Balloon Mitral Valvuloplasty.
Referência: Rafael A. Meneguz-Moreno et al. J Am Coll Cardiol Intv 2018. Article in press.
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