O título convida a pensar que o artigo vai nos dar uma lista de coisas que podemos fazer para reduzir a injúria renal. Infelizmente, contudo, não foram constatados benefícios com o uso do bicarbonato de sódio em comparação com a solução salina ou da n-acetilcisteína em comparação com o placebo para reduzir o dano renal após uma angioplastia coronariana.
Dentre as medidas de proteção mais frequentes que foram testadas estão o bicarbonato de sódio endovenoso e a n-acetilcisteína via oral, embora ambos com resultados conflitivos.
O estudo PRESERVE (Prevention of Serious Adverse Events Following Angiography) teve um desenho fatorial de 2×2 e randomizou 5.177 pacientes com insuficiência renal de grau III ou IV que requeriam uma angiografia a bicarbonato de sódio a 1,23% vs. solução salina a 0,9% e n-acetilcisteína vs. placebo por 5 dias. O desfecho primário foi uma combinação de morte, necessidade de diálise ou insuficiência renal persistente após 90 dias. A insuficiência renal aguda devido ao contraste foi um desfecho secundário.
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Além disso, um total de 1.161 pacientes do estudo receberam angioplastia coronariana. A filtração glomerular média foi de 50,7 ml/min/1.73 m² e 82% da população tinha antecedente de diabetes.
O desfecho primário ocorreu em 2,6% dos que receberam bicarbonato de sódio vs. 4% dos que receberam solução salina (p = 0,41) e em 3,8% dos que receberam n-acetilcisteína vs. 2,8% dos que receberam placebo (p = 0,29). Não foram observadas diferenças significativas entre os diferentes grupos no que se refere à incidência de nefropatia por contraste.
Conclusão
Entre os pacientes com doença renal crônica que receberam angioplastia não se observou um benefício do bicarbonato de sódio em comparação com a solução salina nem da n-acetilcisteína em comparação com o placebo para prevenir a nefropatia por contraste.
Título original: Strategies to Reduce Acute Kidney Injury and Improve Clinical Outcomes Following Percutaneous Coronary Intervention. A Subgroup Analysis of the PRESERVE Trial.
Referência: Santiago Garcia et al. J Am Coll Cardiol Intv 2018;11:2254–61.
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