Menos bivalirudina e mínimo uso de ecografia para punçar é a tendência mundial no acesso radial

Uma enquete de cunho mundial mostrou que ainda há muita margem para melhorar os procedimentos por acesso radial, particularmente para prevenir a oclusão da artéria radial pós-procedimento.

acceso_radialEmbora em muitos lugares já seja a técnica padrão há muito tempo, outros ainda tinham que evoluir e felizmente é o que se deduziu dos resultados desta enquete. Nos últimos 8 anos um grande número de cardiologistas intervencionistas adotou a técnica tanto para os estudos diagnósticos como para os terapêuticos, apesar de ainda haver uma grande dispersão no mundo no que a seu uso se refere.

 

Nesta enquete os pesquisadores observaram que uma grande proporção de operadores (tanto dentro quanto fora dos Estados Unidos) não se aderem às recomendações das melhores práticas clínicas.


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Para ter como exemplos: cerca de 30% dos operadores não checam a perviedade da artéria depois de conseguir a hemostasia e somente 63,2% checam a perviedade antes da alta. Além disso, aumentou o uso de heparina por sobre a bivalirudina, mas muitos administram uma dose inferior à mínima requerida para reduzir o risco de oclusão da artéria (5.000 Unidades).

 

Esta enquete internacional sobre acesso radial – que foi recentemente publicada no Catheterization and Cardiovascular Interventions – foi a segunda realizada sobre o tema. Na primeira (publicada em 2010) menos de 10% dos operadores nos Estados Unidos praticavam a técnica, ao passo que na enquete atual a porcentagem se situa ao redor de 40%. 70% destes operadores começou sua curva de aprendizagem entre 2007 e 2015.

 

Somente uma minoria dos operadores testam rotineiramente a dupla circulação (teste de Allen), especialmente fora do Estados Unidos. Testar a dupla circulação não demonstrou que possa predizer o risco de futuras complicações.


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Uma das mudanças mais chamativas com relação a 2010 foi o uso de introdutores hidrofílicos, técnica que previne a oclusão da artéria e a mudança à radial contralateral no caso de falha na primeira tentativa em vez de ir diretamente à femoral.

 

O uso de Doppler para punçar difere significativamente entre os operadores dos Estados Unidos (em geral com menor experiência) em comparação com o resto do mundo. Os primeiros reportam que o utilizam quase na metade das vezes ao passo que o resto punça diretamente em 92,6% dos casos.

 

Título original: Contemporary transradial access practices: results of the second international survey.

Referência: Shroff AR et al. Catheter Cardiovasc Interv. 2018; Epub ahead of print.


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