Gentileza do Dr. Carlos Fava.
Os pacientes com estenose aórtica severa que apresentam baixo fluxo com baixo gradiente têm um maior risco, mas existe um grupo que, mesmo tendo uma fração de ejeção conservada, apresenta um baixo fluxo com baixo gradiente. Em outras palavras, dito grupo apresenta uma disfunção sistólica e diastólica da função ventricular acompanhando-se de uma evolução diferente da evolução do grupo com alto fluxo/alto gradiente com função ventricular normal.
Analisaram-se 1.462 pacientes, dentre os quais 1.052 apresentavam alto fluxo/alto gradiente (AF/AG) com fração de ejeção ≥ 50%, gradiente médio > 40 mmHg e índice de volume sistólico > 35 ml/m2. Outros 166 pacientes tinham baixo fluxo/baixo gradiente (BF/BG) com fração de ejeção ≤ 40%, gradiente médio < 40 mmHg e índice de volume sistólico <35 ml/m2. Os 244 restantes exibiram baixo fluxo/baixo gradiente paradoxal (pBF/BG) com fração de ejeção ≥ 50%, gradiente médio < 40 mmHg e índice de volume sistólico < 35 ml/m2.
No grupo AF/AG havia um menor número de mulheres. Por sua vez, este apresentava melhor função renal, menos fatores de risco, doença arterial cardiovascular, infarto, CRM e fibrilação atrial, melhor classe funcional e um escore STS mais baixo em comparação com os que apresentavam BF/BG.
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As características dos pacientes do grupo pBF/BG estavam entre os dois grupos anteriores.
Após um ano de seguimento a mortalidade foi de 12,8% para AF/AG, de 29,5% para BF/BG e de 20,1% para o grupo pBF/BG.
Foi feito um propensity score matching entre os pacientes que apresentavam AF/AG e os que apresentavam BF/BG, ficando 68 pacientes em cada grupo. Após um ano observou-se maior mortalidade nos pacientes BF/BG: 30,9% vs. 16,2% AF/AG (hazard ratio: 2,12; 95% confidence interval: 1,02 a 4,39; p = 0,044).
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Além disso, a mortalidade entre os AF/AG vs. os de pBF/BG foi comparada mediante propensity score matching, ficando 113 pacientes em cada grupo. Após um ano, não houve diferenças (hazard ratio: 1,26; 95% confidence interval: 0,67 a 2,38; p = 0,469).
Conclusão
Este é o primeiro estudo que compara a sobrevida após o TAVI em pacientes com AF/AG vs. os que apresentam baixo gradiente e onde as populações foram equiparadas. A mortalidade nos pacientes com BF/BG é o dobro da observada nos pacientes com AF/AG. No entanto, aparentemente o grupo pBF/BG se beneficiaria com o TAVI da mesma forma que os pacientes com AF/AG. Ainda deve haver fatores que não conhecemos na mortalidade dos pacientes com BF/BG.
Gentileza do Dr. Carlos Fava.
Título original: 1-Year Survival After TAVR of Patients With Low-Flow, Low-Gradient and High-Gradient Aortic Valve Stenosis in Matched Study Populations.
Referência: Ulrich Fischer-Rasokat, et al. J Am Coll Cardiol Intv 2019;12:752–63.
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