Os pacientes com insuficiência tricúspide isolada, isto é, aqueles que não apresentam valvoplastias associadas do lado esquerdo, são frequentemente tratados de maneira conservadora. Em muitos casos, a valvoplastia é muito sintomática mesmo com a otimização do tratamento médico, mas apesar disso poucas vezes se propõe uma estratégia invasiva.
O objetivo deste trabalho foi medir o impacto da cirurgia sobre a insuficiência tricúspide isolada fazendo-se a comparação com pacientes que receberam somente tratamento médico.
Foram analisados de forma retrospectiva 3.276 pacientes com insuficiência tricúspide pura da base de dados de ecocardiografia entre novembro de 2001 e março de 2016. A mortalidade por qualquer causa entre os pacientes que foram submetidos a cirurgia vs. aqueles que receberam somente tratamento médico foi comparada com a utilização do propensity score para equilibrar as diferenças basais.
Dos 3.276 pacientes com insuficiência tricúspide isolada somente 171 (5%) foram submetidos a cirurgia (dentre os quais 143 receberam reparação e 28 receberam substituição da valva). Os 3.105 restantes foram manejados com tratamento médico.
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Ao realizar a análise não foram observadas diferenças entre os pacientes que foram submetidos a cirurgia e os que não (HR 1,34; p = 0,288).
No subgrupo cirúrgico também não foram observadas diferenças entre a reparação e a substituição (HR 1,53; p = 0,254).
Conclusão
Os pacientes com insuficiência tricúspide isolada não se beneficiam da cirurgia em termos de sobrevida a longo prazo em comparação com somente o tratamento médico.
Título original: Surgery Does Not Improve Survival in Patients With Isolated Severe Tricuspid Regurgitation.
Referência: Andrea L. Axtell et al. J Am Coll Cardiol 2019;74:715–25.
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