Devemos começar a utilizar o acesso retrógrado na isquemia crítica crônica?

Gentileza do Dr. Carlos Fava.

A doença vascular periférica em membros inferiores se encontra em franca ascensão. A impossibilidade de poder resolvê-la por acesso anterógrado se relaciona com amputação e morte.

Nuevas estrategias en el territorio femoropoplíteo

Há já algum tempo se começou a utilizar o acesso retrógrado quando não é possível fazer a revascularização da forma clássica.

Embora exista evidência a favor do acesso retrógrado, trata-se de pequenas séries e grupos de pacientes muito diversos. Além disso, esta estratégia exige uma curva de aprendizagem importante.

Foram incluídos 524 pacientes com doença vascular periférica. Dentre eles, 70% apresentava isquemia crítica crônica; 554 membros foram tratados.


Leia também: Qual é o verdadeiro impacto da doença vascular periférica no TAVI?


A idade média foi de 72 anos, 63% dos pacientes eram homens, 62,5% eram diabéticos, 50% apresentavam deterioração da função renal e 5,7% estavam em diálise.

A presença de oclusões totais foi de 35,6% no território femoropoplíteo, de 42,6% no âmbito infrapatelar e de 21,6% em ambos, com um comprimento médio de 19,4 cm.

O sucesso do procedimento foi de 89%. As complicações relacionadas com a punção foram de 3,3%.

Em 30 dias a mortalidade foi de 21 pacientes (4%). Todos eles apresentavam isquemia crítica crônica, 3,2% tinham pseudoaneurisma e 1,3% tiveram que ser submetidos a cirurgia por sangramento ou pseudoaneurisma.


Leia também: ESC 2019 | Quão benigna é a estenose aórtica moderada?


Em um ano a liberdade de TLR e reestenose foi de 74,6% e de 67,5% nos que apresentavam claudicação intermitente e de 62,2% e 36% nos que apresentavam isquemia crônica, respectivamente.

Em 4 anos a mortalidade foi de 24,5% e a amputação maior foi de 8,6%. Ambos os eventos foram significativamente maiores nos que apresentavam isquemia crítica crônica, bem como o TLR guiado pela clínica.

Conclusão

O acesso retrógrado tibiofibular é uma opção segura nas recanalizações complexas das oclusões totais crônicas depois de o procedimento ter falhado com o acesso anterógrado. As complicações relacionadas com a punção são raras.

Gentileza do Dr. Carlos Fava.

Título original: Retrograde Tibioperoneal Access for Complex Infrainguinal Occlusions Short- and Long-Term Outcomes of 554 Endovascular Interventions.

Referência: Andrej Schmidt, et al. J Am Coll Cardiol Intv 2019;12:1714–26.


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