Gentileza do Dr. Carlos Fava.
A mortalidade por IAM complicado com choque cardiogênico (CS) diminuiu nas últimas duas décadas. Isso foi possível graças à angioplastia precoce, à maior experiência dos operadores e do resto da equipe médica, aos novos antiagregantes e aos dispositivos de assistência ventricular que também tiveram uma certa relevância neste cenário.
Mas é bem sabido que o sangramento nos IAM sem CS é um fator relevante de mortalidade. No CS, dito fator de mortalidade é de 20% ou mais, e quando utilizamos os dispositivos de assistência ventricular passa a ser de entre 40% e 70%.
O que não está estudado de maneira cabal é sua verdadeira incidência, bem como os fatores que o geram e qual é a severidade no prognóstico.
Fez-se uma subanálise do Estudo CULPRIT-SHOCK, na qual foram incluídos 684 pacientes. Dentre eles, 147 apresentaram sangramento (21,5%).
Não houve diferenças entre os dois grupos: a idade média foi de 70 anos, houve maior proporção de homens, a maioria apresentou IAM ST e mais da metade recebeu RCP.
Uma grande porcentagem dos sangramentos ocorreu nas duas primeiras semanas (57%); um terço recebeu classificação BARC 3, sendo 5,4% fatais.
Os pacientes com sangramento receberam, durante mais tempo, tratamento com drogas vasoativas e assistência respiratória mecânica, associando-se com maior presença de sepse, complicações por isquemia periférica, nova fibrilação atrial e fibrilação ventricular.
Em 30 dias, a presença de sangramento se associou a uma maior mortalidade (hazard ratio [HR]: 2,11; 95% CI: 1,63 a 2,75; p < 0,0001), especialmente os que tiveram classificação superior a 3b.
Leia também: O estudo CULPRIT-SHOCK finalmente foi publicado no NEJM e chegou para mudar os guias.
O ECMO e o Impella foram os principais fatores de risco para sangramento.
Conclusão
O risco de sangramento no IAM complicado com choque cardiogênico está associado a um incremento na mortalidade.
Gentileza do Dr. Carlos Fava.
Título Original: Frequency and Impact of Bleeding on Outcome in Patients With Cardiogenic Shock.
Referência: Anne Freund, et al. J Am Coll Cardiol Intv 2020;13:1182–93.
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