Os pacientes com espasmo documentado em coronárias epicárdicas apresentam um risco maior de infarto e novas angiografias, ao passo que aqueles que apresentam espasmo microvascular tendem a manifestar mais a angina recorrente.
Em termos globais, o prognóstico de todos esses pacientes continua sendo favorável, embora o teste de acetilcolina possa ajudar a distinguir uns dos outros.
O espasmo coronariano pode ser demonstrado em até 60% dos pacientes com sintomas de isquemia miocárdica, mesmo quando estes não apresentam lesões coronarianas obstrutivas.
Este trabalho que foi recentemente publicado no JACC Interv, incluiu de maneira prospectiva pacientes com coronárias sem lesões obstrutivas que foram submetidos ao teste de acetilcolina para detectar espasmo epicárdico ou microvascular.
Foram registrados os dados de mortalidade, infarto não fatal, AVC, nova angiografia, sintomas recorrentes e qualidade de vida em 736 pacientes seguidos por 7,2 anos.
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A mortalidade nesse tempo de seguimento foi de 7,5%, a taxa de infarto não fatal foi de 1,4% e os AVCs chegaram a 2,2%.
A maioria dos pacientes relataram angina recorrente (64%). Isso motivou novas angiografias (12%) que, como as anteriores, não apresentaram lesões obstrutivas.
O espasmo epicárdico foi preditor de infarto não fatal (HR: 14,4) e de novas angiografias (HR: 1,7), ao passo que o espasmo microvascular prenunciou mais sintomas (HR: 1,3).
Conclusão
O prognóstico geral dos pacientes com espasmo coronariano é favorável. O teste de acetilcolina pôde diferenciar os pacientes com espasmo epicárdico – que apresentam maior risco de infarto não fatal e novas angiografias – daqueles com espasmo microvascular, associado a um maior risco de angina recorrente.
Título original: Long-Term Follow-Up in Patients With Stable Angina and Unobstructed Coronary Arteries Undergoing Intracoronary Acetylcholine Testing.
Referência: Andreas Seitz et al. JACC Cardiovasc Interv. 2020 Aug 24;13(16):1865-1876. https://doi.org/10.1016/j.jcin.2020.05.009.
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