Enquanto os dias de internação diminuem após um implante percutâneo da valva aórtica (TAVI), observa-se um concomitante aumento das reinternações por distúrbios de condução. A alta precoce é um grande avanço, mas devemos recordar que os distúrbios de condução podem se apresentar para além das 48 horas.
Há alguns anos, a taxa de implante de marca-passos após a alta rondava os 7%; hoje esse número praticamente se duplicou.
A injúria do sistema de condução com o conseguinte bloqueio atrioventricular completo é uma complicação bastante conhecida do TAVI e sua taxa varia com o tipo de prótese, a técnica de implante, a experiência do operador e do centro, etc. A tendência mundial a agilizar a alta dos pacientes pós-TAVI fez com que mais indicações de marca-passos definitivos tenham lugar após a internação índice.
Este trabalho, apresentado nas sessões científicas do AHA 2020 e simultaneamente publicado no “JACC: Cardiovascular Interventions” descreve-nos esta nova realidade.
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A análise incluiu 62.083 pacientes registrados na base de dados dos Estados Unidos submetidos a TAVI entre 2012 e 2017. 11% deles requereu implante de marca-passo definitivo após o procedimento (a enorme maioria durante a internação índice). Durante o período de tempo do estudo a taxa de implante não se modificou (p = 0,632 para a tendência).
A duração da internação diminuiu significativamente, de uma média de 6 dias em 2012 a somente 2 dias em 2017 (p < 0,0001).
A combinação do encurtamento da estadia hospitalar com a manutenção da taxa de necessidade de implante marca-passo fez com que muitos dispositivos fossem implantados em visitas subsequente à alta.
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Os pacientes com alto risco de bloqueio atrioventricular após a alta, aqueles com bloqueio do ramo direito, bloqueios transitórios após o procedimento, um implante profundo ou uma válvula superdimensionada em relação ao anel deveriam ser considerados para monitoramento ambulatorial remoto e contínuo.
mcp-y-taviTítulo original: Shifting trends in timing of pacemaker implantation after transcatheter aortic valve replacement.
Referência: Mazzella AJ et al. Presentado en el congreso AHA 2020 y publicado simultáneamente en J Am Coll Cardiol Intv. 2020.
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