A técnica convencional de implante da válvula balão-expansível SAPIEN-3 se baseia em uma proporção de 70/30 ou 80/20 na aorta/via de saída do ventrículo esquerdo.
Isso traz consigo uma taxa de implante de marca-passos permanentes de aproximadamente 10%. Um implante mais alto poderia causar menos distúrbios de condução e, consequentemente, menor taxa de implante de marca-passos.
Comparou-se uma coorte de 1028 pacientes consecutivos dentre os quais 406 (39,5%) foram submetidos à técnica de implante alto do dispositivo.
A profundidade média do implante abaixo do seio não coronariano foi significativamente menor na técnica do implante alto vs. a técnica convencional (1,5 ± 1,6 vs. 3,2 ± 1,9 mm; p < 0,001).
O implante foi bem sucedido em 100% dos pacientes com ambas as técnicas. Não houve casos de conversão a cirurgia, necessidade de um segundo dispositivo ou oclusão coronariana. Somente um paciente (0,2%) apresentou embolização do dispositivo com a técnica de implante alto.
A necessidade de marca-passo definitivo durante os 30 dias da realização do procedimento foi significativamente mais baixa com a técnica de implante alto (5,5% vs. 13,1%; p < 0,001), bem como a taxa de bloqueio atrioventricular completo (3,5% vs. 11,2%; p < 0,001) e novo bloqueio do ramo esquerdo (5,3% vs. 12,2%; p < 0,001).
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Não foram observadas diferenças em termos de regurgitação leve (16,5% vs. 15,9%; p = 0,804) nem moderada/severa (1% vs. 2,7%; p = 0,081) em um ano de seguimento.
Com uma velocidade por Doppler similar nos dois grupos, a técnica de implante alto mostrou uma tendência a maiores gradientes médios e picos.
Conclusão
O implante alto da válvula balão-expansível SAPIEN-3 consegue uma redução significativa dos distúrbios de condução e da necessidade de implante de marca-passos definitivos sem comprometer a segurança do procedimento.
Título original: Systematic Approach to High Implantation of SAPIEN-3 Valve Achieves a Lower Rate of Conduction Abnormalities Including Pacemaker Implantation.
Referencia: Yasser Sammour et al. Circ Cardiovasc Interv. 2021 Jan;14(1):e009407. DOI: 10.1161/CIRCINTERVENTIONS.120.009407.
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