O TAVI por acesso femoral demonstrou seus grandes benefícios, mas existem grupos de pacientes nos quais dito acesso não pode ser utilizado e, nesses casos, devemos escolher um acesso alternativo.
Um dos mais utilizados é o transaxilar ou transubclávio (AX), que, no entanto, está associado a mais complicações (especialmente AVC). Outro acesso – pouco utilizado – é o transcaval (TC), embora disponhamos de pouca informação sobre o mesmo.
Além disso, foram utilizados o acesso carotídeo, apical e transaórtico, mas em muito menor escala e, na atualidade, praticamente já não são usados.
Foram analisados os TAVI realizados em 8 centros de alto volume, incluindo-se 7476 procedimentos. Dentre eles, 7132 (95,4%) foram feitos por acesso femoral (FE), 238 (3,2%) foram feitos por acesso transcaval e 106 (1,4%) por acesso transaxilar.
O desfecho primário esteve composto por sangramento e AVC.
A idade média foi de 77 anos, houve mais homens no FE e AXI e mais mulheres em TC.
O risco cirúrgico foi maior nas abordagens feitas por AXI e TC.
Leia também: O acesso transcava é seguro no TAVI.
O acesso TC requereu maior quantidade de contraste e tempo de fluoroscopia.
O desfecho primário foi mais frequente nos acessos não femorais.
A presença de AVC ou TIA foi 5 vezes menos frequente no TC que no AXI (2,5% vs. 13,2%; OR: 0,20; 95% CI: 0,06-0,72; p = 0,014) em comparação com o FE, que foi de 1,7%.
As complicações vasculares, a estadia na sala de cuidados intensivos e a sobrevida foi similar entre os acessos não femorais.
Las complicaciones vasculares, la estadía en la sala de cuidados intensivos y la sobrevida fue similar entre los accesos no femorales.
A alta de forma direta ao domicílio sem AVC ou TIA foi superior no TC em comparação com o AXI (87,8% vs. 62,3%; OR: 5,19; 95% CI: 2,45-11,0; p < 0,001), ao passo que no FE foi de 90,3%.
Conclusão
Os pacientes submetidos a TAVI por acesso transcaval apresentaram menor taxa de AVC mas um sangramento similar aos submetidos a TAVI por acesso transaxilar nesta experiência de 8 centros dos Estados Unidos. Ambos os acessos têm mais complicações que o acesso transfemoral. O acesso transcaval talvez seja uma opção atrativa.
Dr. Carlos Fava.
Membro do Conselho Editorial da SOLACI.org.
Título Original: Transcaval Versus Transaxillary TAVR in Contemporary Practice A Propensity-Weighted Analysis.
Referência: Robert J. Lederman J Am Coll Cardiol Intv 2022;15:965–975.
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