Função da mão após intervenção por acesso radial distal: é seguro?

Já conhecemos o benefício do acesso radial para procedimentos intervencionistas. A principal limitação é a oclusão da artéria radial (RAO), que pode limitar sua posterior utilização para procedimentos percutâneos. Embora em termos clínicos trate-se de algo silente, o comprometimento pode chegar, segundo alguns estudos, a 33%.

Función de la mano luego del acceso radial distal, ¿es seguro?

Recentemente o acesso radial distal (DRA) se perfilou como uma alternativa para reduzir a RAO. No entanto, a segurança e o potencial de RAO de produzir efeitos negativos na função da mão não foram estudos. 

O objetivo deste estudo prospectivo, multicêntrico e de coortes foi avaliar a função da mão a longo prazo em pacientes que foram submetidos a DRA para procedimentos coronarianos. 

Foram apresentados múltiplos resultados para avaliar a disfunção da mão. Os mesmos incluíram questionários sobre coordenação, destreza e testes de força e somatossensoriais em até 12 meses de acompanhamento. 

Foram analisados 313 pacientes. A idade média foi de 66 anos e a maioria dos pacientes eram homens. 22% dos pacientes tinham sido, previamente, submetidos a intervenção por acesso radial. Com relação às características do procedimento, 54% deles foram através de DRA esquerdo, em 85% realizou-se punção guiada por ecografia e a maioria foram procedimentos diagnósticos. O fracasso em DRA foi de 2,9%.

Leia também: FFR e IFR: falamos do mesmo?

Segundo os questionários de avaliação subjetiva e objetiva, o DRA não demonstrou uma deterioração da função da mão. Além disso, o acesso esteve associado a menos dor e a taxa de RAO foi < 1%. 

Conclusão 

O acesso radial distal não está associado a pior funcionamento da mão. Ao contrário, associou-se a menor taxa de complicações com boa tolerância do procedimento. 

Dr. Andrés Rodríguez
Membro do Conselho Editorial da SOLACI.org.

Título Original: International Hand Function Study Following Distal Radial Access The RATATOUILLE Study.

Referência: Gregory A. Sgueglia, MD et al J Am Coll Cardiol Intv 2022.


Subscreva-se a nossa newsletter semanal

Receba resumos com os últimos artigos científicos

Mais artigos deste autor

Doença de tronco da coronária esquerda: ATC guiada por imagens intravasculares vs. cirurgia de revascularização miocárdica

Múltiplos ensaios clínicos randomizados demonstraram resultados superiores da cirurgia de revascularização coronariana (CABG) em comparação com a intervenção coronariana percutânea (ATC) em pacientes com...

AHA 2025 | TUXEDO-2: manejo antiagregante pós-PCI em pacientes diabéticos multivaso — ticagrelor ou prasugrel?

A escolha do inibidor P2Y12 ótimo em pacientes diabéticos com doença multivaso submetidos a intervenção coronariana percutânea (PCI) se impõe como um desafio clínico...

AHA 2025 | DECAF: consumo de café vs. abstinência em pacientes com FA — recorrência ou mito?

A relação entre o consumo de café e as arritmias tem sido objeto de recomendações contraditórias. Existe uma crença estendida de que a cafeína...

AHA 2025 | Estudo OCEAN: anticoagulação vs. antiagregação após ablação bem-sucedida de fibrilação atrial

Após uma ablação bem-sucedida de fibrilação atrial (FA), a necessidade de manter a anticoagulação (ACO) a longo prazo continua sendo incerta, especialmente considerando que...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

Assista novamente: Embolia Pulmonar em 2025 — Estratificação de Risco e Novas Abordagens Terapêuticas

Já está disponível para assistir o nosso webinar “Embolia Pulmonar em 2025: Estratificação de Risco e Novas Abordagens Terapêuticas”, realizado no dia 25 de...

Um novo paradigma na estenose carotídea assintomática? Resultados unificados do ensaio CREST-2

A estenose carotídea severa assintomática continua sendo um tema de debate diante da otimização do tratamento médico intensivo (TMO) e a disponibilidade de técnicas...

Remodelamento cardíaco após a oclusão percutânea da CIA: imediato ou progressivo?

A comunicação interatrial (CIA) é uma cardiopatia congênita frequente que gera um shunt esquerda-direita, com sobrecarga de cavidades direitas e risco de hipertensão pulmonar...