TAVI: o HALT influi no seguimento?

Em se falando de pacientes de baixo risco, o TAVI demonstrou ser superior ou não inferior nos estudos randomizados, mas a presença de trombose valvar, em suas diferentes formas, não foi bem analisada e tampouco há muita informação sobre qual é seu impacto na evolução dos pacientes. 

TAVI: Balón expandible o autoexpandible ¿Cuál es la respuesta?

Foi levada a cabo uma análise do estudo LTR, que incluiu 200 pacientes, tendo sido observada a evolução da trombose subclínica em 30 dias. 

Fez-se um seguimento de 177 pacientes durante quatro anos. 

A idade média foi de 74 anos, a maioria dos pacientes eram homens, 30% apresentava diabete, 85% hipertensão, 8% DPOC, 9,5% AVC, 21% ATC, 1% CRM, 32,5% marca-passo definitivo prévia e 6% infarto. A fração de ejeção foi conservada, o AVAO foi de 0,75 e o gradiente médio foi de 47,5 mmHg. 

O escore STS de mortalidade foi de 1,8%.

O procedimento foi realizado por via femoral em todos os pacientes, 75,5% sob sedação anestésica e as válvulas balão-expansível foram a plataforma de escolha em 88% dos casos. 

Em 30 dias 14% dos pacientes apresentou HALT; somente 5 deles receberam tratamento com anticoagulantes. 

Leia também: Útil preditor de eventos adversos pós-angioplastia coronariana complexa: escore BCIS CHIP.

No quarto ano de seguimento não foram observadas diferenças em comparação com os pacientes que não apresentaram HALT em termos de gradiente médio e de AVAO (14,94 ± 5,01 mmHg vs. 12,3 ± 5,57 mmHg; p = 0,23 e 1,64 ± 0,6 cm2 versus 1,7 ± 0,52 cm2; p = 0,81, respectivamente). Tampouco houve diferenças em termos de deterioração estrutural moderada (5,8%), nem de deterioração hemodinâmica (1,5%), e nenhum paciente apresentou deterioração estrutural severa. A fração de ejeção foi similar entre os grupos e somente um paciente com HALT apresentou AVC.

Entre o segundo e o quarto ano a mortalidade por qualquer causa foi de 11,9%, a mortalidade cardiovascular foi de 3,3% e não houve diferenças entre os grupos. 

Conclusão

O TAVI foi seguro e durável nos pacientes sintomáticos com estenose aórtica severa na valva tricúspide. A deterioração estrutural foi baixa sem considerar o tipo de válvula e a presença de HALT em 30 dias não afetou a deterioração estrutural, o perfil hemodinâmico da válvula nem a presença de AVC em 4 anos. 

Dr. Carlos Fava - Consejo Editorial SOLACI

Dr. Carlos Fava.
Membro do Conselho Editorial da SOLACI.org.

Título Original: Transcatheter Aortic Valve Replacement and Impact of Subclinical Leaflet Thrombosis in Low- Risk Patients: LRT Trial 4-Year Outcomes

Referência: Circ Cardiovasc Interv. 2023;16:e012655. DOI: 10.1161/CIRCINTERVENTIONS.122.012655.


Subscreva-se a nossa newsletter semanal

Receba resumos com os últimos artigos científicos

Mais artigos deste autor

Remodelamento cardíaco após a oclusão percutânea da CIA: imediato ou progressivo?

A comunicação interatrial (CIA) é uma cardiopatia congênita frequente que gera um shunt esquerda-direita, com sobrecarga de cavidades direitas e risco de hipertensão pulmonar...

É realmente necessário monitorar todos os pacientes após o TAVI?

Os distúrbios de condução (DC) posteriores ao implante percutâneo da valva aórtica (TAVI) constituem uma complicação frequente e podem incidir na necessidade de um...

Valvoplastia aórtica radial: vale a pena ser minimalista?

A valvoplastia aórtica com balão (BAV) foi historicamente empregada como estratégia de “ponte”, ferramenta de avaliação ou inclusive tratamento paliativo em pacientes com estenose...

Fibrilação atrial após oclusão percutânea do forame oval patente: estudo de coorte com monitoramento cardíaco implantável contínuo

A fibrilação atrial (FA) é uma complicação bem conhecida após a oclusão do forame oval patente (FOP), com incidência relatada de até 30% durante...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

Assista novamente: Embolia Pulmonar em 2025 — Estratificação de Risco e Novas Abordagens Terapêuticas

Já está disponível para assistir o nosso webinar “Embolia Pulmonar em 2025: Estratificação de Risco e Novas Abordagens Terapêuticas”, realizado no dia 25 de...

Um novo paradigma na estenose carotídea assintomática? Resultados unificados do ensaio CREST-2

A estenose carotídea severa assintomática continua sendo um tema de debate diante da otimização do tratamento médico intensivo (TMO) e a disponibilidade de técnicas...

Remodelamento cardíaco após a oclusão percutânea da CIA: imediato ou progressivo?

A comunicação interatrial (CIA) é uma cardiopatia congênita frequente que gera um shunt esquerda-direita, com sobrecarga de cavidades direitas e risco de hipertensão pulmonar...