Este é um estudo multicêntrico e randomizado que incluiu 2850 pacientes com síndrome coronariana aguda. Os pacientes foram designados a dois grupos: um deles recebeu terapia de dupla antiagregação plaquetária (DAPT) com AAS e ticagrelor durante 1 mês (1426 pacientes), seguida de monoterapia com ticagrelor por 12 meses; o outro grupo recebeu DAPT com AAS e ticagrelor durante 12 meses (1424 pacientes).
Este estudo foi levado a cabo com a utilização de um stent ultrafino eluidor de sirolimus (ORSIRO).
O desfecho primário (DP) foi o “Evento Adverso Cardíaco Maior ou Evento Adverso Cardiovascular Maior” (NACE) em seguimento de 12 meses, que compreendia sangramento maior e MACE (mortalidade por qualquer causa, infarto, acidente cerebrovascular e trombose do stent).
Não foram observadas diferenças significativas entre os grupos no que se refere às características dos pacientes. A idade média foi de 61 anos, 84% dos pacientes eram homens, 48% tinham hipertensão, 30% diabete, 20% tinham uma função renal deteriorada, 7% apresentavam antecedentes de infarto e 3% tinham experimentado um acidente cerebrovascular.
40% apresentavam um infarto agudo do miocárdio com elevação do segmento ST (IAMST), 35% tinham um infarto agudo do miocárdio sem elevação do segmento ST (IAMNST) e o resto dos pacientes apresentava angina instável.
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No que diz respeito aos procedimentos, em aproximadamente um terço dos pacientes foi utilizada a abordagem femoral, 15% envolveu bifurcações, 16% implicou lesões em múltiplos vasos e foram implantados uma média de 1,4 stents por paciente, com um comprimento médio do stent de 38 mm.
Em 12 meses observou-se que o grupo que recebeu DAPT durante 30 dias seguida de monoterapia com ticagrelor apresentou uma taxa de 2,8% para o DP, em comparação com 5,8% do grupo que continuou com DAPT durante 12 meses.
Isso se traduziu em uma redução significativa do risco de eventos adversos cardíacos (Hazard ratio de 0,54, IC de 95%: 0,37–0,80, p de não inferioridade < 0,001, p de superioridade = 0,002), bem como em uma menor incidência de sangramento maior (1,2% vs. 3,4%, Hazard ratio de 0,35, IC de 95% 0,20–0,61, Log-rank, p < 0,001). Não foram observadas diferenças em termos de mortalidade por qualquer causa, infarto, acidente vascular cerebral e trombose do stent.
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Os autores concluem que a estratégia de utilizar DAPT durante 30 dias seguida de monoterapia com ticagrelor em combinação com um stent ultrafino eluidor de sirolimus e um polímero biodegradável em pacientes com síndrome coronariana aguda não foi inferior e inclusive demonstrou ser superior à DAPT durante 12 meses. A primeira estratégia reduziu significativamente o risco de sangramento leve sem aumentar a incidência de eventos cardiovasculares adversos ou trombose do stent, respaldando assim sua consideração como uma alternativa razoável à DAPT convencional de 12 meses.
Dr. Carlos Fava.
Membro do Conselho Editorial da SOLACI.org.
Apresentado por Myeong-Ki Hong durante o Congresso TCT 2023.
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