POT no TCE não protegido

A utilização da técnica de POT está recomendada como estratégia padrão nas bifurcações por facilitar o adequado implante e posicionamento do stent na parte proximal das bifurcações, segundo o Consenso Europeu de Bifurcações. 

POT en el TCI no protegido

A ATC do TCE não protegido apresenta características particulares, não tendo sido avaliado o impacto do POT em seguimento de longo prazo em tal contexto. 

Foi levada a cabo uma análise de 162 pacientes submetidos a ATC do TCE não protegido. Dentre os pacientes, 99 (61,1%) foram tratados com técnica POT, ao passo que em 63 casos o procedimento foi concluído sem POT. 

O desfecho primário orientado pela bifurcação (DP BOCE) foi a combinação de morte cardíaca, infarto relacionado com a bifurcação (IRB) e revascularização relacionada com a bifurcação (RRB). 

A idade média da população foi de 75 anos, sendo de 75% a participação de homens. 19% dos participantes apresentavam diabetes, 67% tinham hipertensão e 47% tinham sido submetidos a uma ATC prévia. 

89% apresentavam uma síndrome coronariana aguda, com menor frequência de isquemia silente e síndromes crônicas estáveis. A fração de ejeção foi de 48%. 

Leia Também: Resultados do TAVI a longo prazo em pacientes com doença inflamatória crônica.

39% dos casos foram de bifurcações verdadeiras. O acesso femoral foi usado em 81% dos casos e o uso de imagens intracoronarianas foi baixo (OCT 16% e IVUS 1%). 

No seguimento de 5 anos o DP BOCE foi favorável para os pacientes tratados com a técnica POT (20% vs. 37%, HR 0,42 [0,22-0,80], p = 0,009). Não houve diferença em termos de mortalidade cardíaca, IRB nem RRB, bem como em termos de trombose do stent. A necessidade de qualquer revascularização foi maior nos pacientes não tratados com POT (25% vs. 32%; p = 0,008).

Na análise multivariada, a utilização de POT foi um forte preditor de BOCE, morte cardíaca, necessidade de qualquer revascularização e morte não cardíaca. 

Conclusão

O POT melhora a evolução. Estes achados respaldam firmemente o uso sistemático de POT nos pacientes que são submetidos a ATC do TCE não protegido. 

Dr. Carlos Fava - Consejo Editorial SOLACI

Dr. Carlos Fava.
Membro do Conselho Editorial da SOLACI.org.

Título Original: Proximal optimization technique and percutaneous coronary intervention for left main disease: POTENTIAL‐LM.

Referência: Corentin Volet MMed, et, al. Catheter Cardiovasc Interv. 2024;103:340–347.      


Subscreva-se a nossa newsletter semanal

Receba resumos com os últimos artigos científicos

Mais artigos deste autor

Tratamento antiplaquetário dual em pacientes diabéticos com IAM: estratégia de desescalada

A diabetes mellitus (DM) é uma comorbidade frequente em pacientes hospitalizados por síndrome coronariana aguda (SCA), cuja prevalência aumentou na última década e se...

COILSEAL: Utilização de coils na angioplastia coronariana: uma ferramenta de valor nas complicações?

A utilização de coils como ferramenta de oclusão vascular tem experimentado uma expansão progressiva, partindo de seu uso tradicional em neurorradiologia até incorporar-se ao...

Tratamento da reestenose intrastent em vasos pequenos com balões recobertos de paclitaxel

A doença arterial coronariana (DAC) em vasos epicárdicos de menor calibre se apresenta em 30% a 67% dos pacientes submetidos a intervenção coronariana percutânea...

Perfurações coronarianas e o uso de stents recobertos: uma estratégia segura e eficaz a longo prazo?

As perfurações coronarianas continuam sendo uma das complicações mais graves do intervencionismo coronariano (PCI), especialmente nos casos de rupturas tipo Ellis III. Diante dessas...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

Tratamento antiplaquetário dual em pacientes diabéticos com IAM: estratégia de desescalada

A diabetes mellitus (DM) é uma comorbidade frequente em pacientes hospitalizados por síndrome coronariana aguda (SCA), cuja prevalência aumentou na última década e se...

COILSEAL: Utilização de coils na angioplastia coronariana: uma ferramenta de valor nas complicações?

A utilização de coils como ferramenta de oclusão vascular tem experimentado uma expansão progressiva, partindo de seu uso tradicional em neurorradiologia até incorporar-se ao...

Tratamento da reestenose intrastent em vasos pequenos com balões recobertos de paclitaxel

A doença arterial coronariana (DAC) em vasos epicárdicos de menor calibre se apresenta em 30% a 67% dos pacientes submetidos a intervenção coronariana percutânea...