Tratamento antiplaquetário simples após a oclusão percutânea do apêndice atrial esquerdo

A oclusão percutânea do apêndice atrial esquerdo (LAAO) surge como uma alternativa efetiva para pacientes com fibrilação atrial (FA) que apresentam contraindicações para o uso de anticoagulantes orais. Contudo, a escolha do tratamento antitrombótico ótimo após a LAAO continua sendo motivo de pesquisa, já que deve ser eficaz para prevenir a trombose relacionada com o dispositivo (DRT), mas deve ser capaz de não incrementar o risco de sangramento. 

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O objetivo deste estudo retrospectivo, realizado em um único centro, foi avaliar a segurança e a efetividade a longo prazo da estratégia de tratamento antiplaquetário simples (SAPT) após a LAAO. 

O desfecho primário (DP) foi a presença de DRT entre 6 e 12 meses depois do implante, definido mediante tomografia ou ecocardiograma transesofágico. Além disso, analisou-se um desfecho com variáveis clínicas que incluiu o acidente isquêmico transitório, a hemorragia intracraniana, hemorragia extracraniana, a mortalidade por todas as causas e a mortalidade cardiovascular. 

De um total de 553 pacientes submetidos a LAAO, 77% receberam SAPT como esquema antitrombótico no momento da alta, sendo a aspirina (72%) o fármaco mais utilizado, seguido do clopidogrel (5%). Os restantes 22% receberam alta com terapia antitrombótica dual (DAPT) e anticoagulação com ou sem antiagregante. A mediana de seguimento foi de 4,1 anos, com uma idade média de aproximadamente 74 anos e uma predominância de homens. O escore médio de CHA2DS2-VASc e HAS-BLED do grupo de pacientes com esquema SAPT foi de 3,9 e 3,4, respectivamente. Por sua vez, os pacientes da coorte sem SAPT mostraram um escore CHA2DS2-VASc médio mais elevado, de 4,4 e um escore HAS-BLED mais baixo, de 3,0. 

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No tocante aos resultados, o DP foi observado em 1,5% dos pacientes nas primeiras 8 semanas de seguimento. A taxa de acidente vascular cerebral isquêmico em 1 ano foi de 2,2% (intervalo de confiança [IC] de 95%: 1,1-4,2). As taxas de sangramento maior e morte cardiovascular em um ano foram de 5,9% (IC de 95%: 4,0-8,9) e de 2,9% (IC: 1,6-5,1), respectivamente. 

Conclusão

Este estudo revela que o uso de SAPT após a LAAO resulta em taxas de AVC e DRT comparáveis com grandes registros e estudos que empregaram esquemas antitrombóticos mais intensivos. Além disso, observou-se uma baixa taxa de sangramento maior. O uso de SAPT depois da LAAO parece ser seguro e efetivo em pacientes selecionados, embora sejam necessários estudos para podermos ter uma melhor panorama da estratégia. 

Dr. Andrés Rodríguez.
Membro do Conselho Editorial da SOLACI.org.

Título Original: Single antiplatelet therapy following Amplatzer left atrial appendage occlusion

Referência: Anders Kramer et al EuroIntervention 2024;20:e301-e311.


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