A oclusão percutânea do apêndice atrial esquerdo (LAAC) é uma alternativa estabelecida à anticoagulação (AC) crônica em pacientes com fibrilação atrial não valvar (FANV). Uma complicação clinicamente relevante do procedimento é a trombose relacionada com o dispositivo (DRT). O manejo farmacológico peri-implante continua sendo motivo de discussão, sem que exista ainda uma estratégia antitrombótica ótima definida para o período pós-procedimento.

O ANDES, um estudo randomizado e multicêntrico, comparou o uso da anticoagulação com DOAC vs. a dupla antiagregação plaquetária (DAPT) durante os primeiros 60 dias após a LAAO.
Foram incluídos 510 pacientes tratados em 13 centros do Canadá e da Europa. No grupo DOAC, o fármaco mais utilizado foi a rivaroxabana (46%), seguido da apixabana (32%), da dabigatrana (15%) e da edoxabana (7%).
O desfecho primário foi a incidência de DRT em 60 dias, avaliada mediante ecocardiografia transesofágica (TEE) com análise centralizado. A incidência foi similar entre os grupos na análise por protocolo: 3,3% com DOAC vs. 4,7% com DAPT (p = 0,48), sem significância estatística.
Na análise de segurança, a taxa de sangramentos maiores (BARC ≥ 3) foi de 1,2 % no grupo DOAC vs. 3,9% no grupo DAPT, ao passo que os sangramentos clinicamente relevantes ocorreram em 4,5% e 8,0%, respectivamente. Tampouco foram identificadas diferenças em termos de mortalidade, acidente vascular cerebral nem eventos isquêmicos.
Conclusão
O estudo ANDES mostrou que os DOAC não reduzem significativamente a incidência de DRT em comparação com a DAPT no curto prazo após a realização de LAAO. No entanto, demonstrou um melhor perfil de segurança hemorrágica, o que respalda o seu uso como uma estratégia mais segura em dito contexto.
Apresentado por Josep Rodés-Cabau no TCT 2025 Late-Breaking Clinical Trials, 26 de outubro, São Francisco, EUA
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