Endoprótese para o tratamento da dissecação aórtica Tipo A

Título original: Application of Open Triple-Branch Aortic Arch Stent Graff for Acute Stanford Type A Aortic Dissection Referência: Fei Hua, et; al. Vascular Endovascular Surgery 47;2:109-14

A dissecação aórtica tipo A é uma doença de alta morbimortalidade, especialmente nas primeiras horas. A cirurgia é o tratamento de escolha mas tendo uma alta taxa de complicações importantes.

Foram analisados 34 pacientes com dissecação aórtica tipo A que foram tratados com endoprótese ramificada para os vasos do pescoço (Aortec Medical Technology Co Ltd, Beijing, China) e foram comparados com 16 pacientes que receberam a cirurgia convencional. Não foram observadas diferenças significativas nas características basais de ambos grupos.

O procedimento foi realizado sob anestesia geral com estereotomia média, circulação extracorpórea, cardioplegia sanguínea e hipotermia profunda antes do implante da endoprótese e suas ramas.

O grupo que recebeu endoprótese apresentou menor tempo de circulação extracorpórea (186±38 min. vs. 204±47 min.), menor tempo de isquemia miocárdica (101±27 min. vs. 119±30 min.), menor tempo de perfusão cerebral seletiva (39±11 min. vs. 46±11 min.), do mesmo modo que de assistência respiratória mecânica (19.9±3.4 h. vs. 20.4±3.7 h.) e permanência em  área intensiva (82.1±11.2 h. vs. 89.2±13.1 h.)

Durante a permanência hospitalar 2 pacientes faleceram, um precisou de diálise, 2 evoluíram  com transtornos de mobilidade no braço e um  transtornos da consciência. No seguimento a 9.6 meses (2-24 meses), nenhum paciente faleceu e só um apresentou dificuldade de mobilidade no braço direito precisando de reabilitação.

Se realizou tomografia de controle em todos os pacientes sendo observado o correto implante da endoprótese com fluxo preservado nas ramas e sem filtrações  significativas. 

Conclusão:

Esta endoprótese seria útil para aqueles pacientes que necessitam una reconstrução  cirúrgica da aorta torácica permitindo reduzir os tempos de circulação extracorpórea da cirurgia tradicional e as potenciais complicações da mesma.

Comentário:

Se bem que trata-se de uma população pequena, nos mostra que foi possível resolver favoravelmente com esta estratégia uma doença tão complexa, encurtando os tempos cirúrgicos e em áreas intensivas e com uma boa evolução a médio prazo.

Gentileza Dr Carlos Fava
Cardiologista Intervencionista
Fundação Favaloro
Buenos Aires – Argentina

Dr. Carlos Fava para SOLACI.ORG

Mais artigos deste autor

Um novo paradigma na estenose carotídea assintomática? Resultados unificados do ensaio CREST-2

A estenose carotídea severa assintomática continua sendo um tema de debate diante da otimização do tratamento médico intensivo (TMO) e a disponibilidade de técnicas...

Doença de tronco da coronária esquerda: ATC guiada por imagens intravasculares vs. cirurgia de revascularização miocárdica

Múltiplos ensaios clínicos randomizados demonstraram resultados superiores da cirurgia de revascularização coronariana (CABG) em comparação com a intervenção coronariana percutânea (ATC) em pacientes com...

Impacto da Pressão Arterial Sistólica Basal nas Alterações Pressóricas após a Denervação Renal

A denervação renal (RDN) é uma terapia recomendada pelas diretrizes para reduzir a pressão arterial em pacientes com hipertensão não controlada, embora ainda existam...

Hipertrigliceridemia como fator-chave no desenvolvimento do aneurisma de aorta abdominal: evidência genética e experimental

O aneurisma de aorta abdominal (AAA) é uma patologia vascular de alta mortalidade, sem opções farmacológicas efetivas e com um risco de ruptura que...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

Assista novamente: Embolia Pulmonar em 2025 — Estratificação de Risco e Novas Abordagens Terapêuticas

Já está disponível para assistir o nosso webinar “Embolia Pulmonar em 2025: Estratificação de Risco e Novas Abordagens Terapêuticas”, realizado no dia 25 de...

Um novo paradigma na estenose carotídea assintomática? Resultados unificados do ensaio CREST-2

A estenose carotídea severa assintomática continua sendo um tema de debate diante da otimização do tratamento médico intensivo (TMO) e a disponibilidade de técnicas...

Remodelamento cardíaco após a oclusão percutânea da CIA: imediato ou progressivo?

A comunicação interatrial (CIA) é uma cardiopatia congênita frequente que gera um shunt esquerda-direita, com sobrecarga de cavidades direitas e risco de hipertensão pulmonar...