Título original: Mortality from ruptured abdominal aortic aneurysms: clinical lessons from a comparison of outcomes in England and the USA. Referência: Karthikesalingam A et al. Lancet. 2014;383:963-969.
A estratégia de tratamento dos pacientes com diagnóstico de ruptura de aneurisma de aorta abdominal pode variar de acordo a os diferentes centros. Este estudo analisou os resultados em relação a morte intra-hospitalar e morte logo do procedimento de todos os pacientes que ingressaram com esse diagnóstico entre 2005 e 2010 nos Estados Unidos (n=23838) comparado com uma população similar na Inglaterra (n=11799).
A mortalidade intra-hospitalar global resultou menor nos Estados Unidos que na Inglaterra (53.05% vs 65.9%; p<0.0001), porém ao analisar somente aqueles que receberam alguma intervenção a mortalidade resultou similar (41.7% vs 41.6%).
Realizar qualquer intervenção (cirurgia convencional ou endovascular) foi mais frequente nos Estados Unidos que na Inglaterra (80.4% vs 58.4%; p<0.001) do mesmo modo que a intervenção especificamente endovascular (20.8% vs 8.5%, p<0.0001). Estas diferenças se mantiveram logo de ajustar por sexo, idade, etc.
Em ambos países observou-se una redução da mortalidade com o tratamento endovascular. Também foram preditores de menor mortalidade a experiência do centro e o ingresso em dias de semana.
Conclusão
A sobrevida intra-hospitalar e a taxa de intervenção (especialmente a estratégia endovascular) são menores na Inglaterra que nos Estados Unidos entre os pacientes que ingressam com diagnóstico de ruptura de aneurisma de aorta abdominal infra renal. A menor mortalidade foi observada entre os pacientes que receberam tratamento endovascular.
Comentário editorial
A ausência de seguimento para além da alta hospitalar é uma limitação deste trabalho do mesmo modo que a falta de informação sobre as características anatómicas ou o estado clínico que determinaram a estratégia cirúrgica convencional vs a endovascular com endoprótese.
Como para a maioria das doenças, a prevenção com um screening relativamente simples que permita um tratamento em forma programada reduziria muito mais a mortalidade por esta patologia, que todos os esforços una vez que o aneurisma está roto. Una vez produzido o evento a menor mortalidade parece ser a do tratamento endovascular em um centro de experiência.
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