Título original: Transcatheter Aortic Valve Implantation Compared With Surgical Aortic Valve Replacement in Low-Risk Patients.
Referência: Stefano Rosato et al. Circ Cardiovasc Interv. 2016 May;9(5):e003326.
A eficácia comprovada do implante valvar aórtico transcateter (TAVI) em pacientes de alto risco está levando à expansão da indicação do procedimento a pacientes de menor risco. Esta mudança paulatina não tem muita evidência se a compararmos com a substituição cirúrgica da válvula aórtica (SAVR).
Esta análise descreve os resultados do TAVI vs. a SAVR em pacientes com estenose aórtica severa sintomática de baixo risco. Os resultados foram comprovados depois do TAVI e da SAVR dos pacientes de baixo risco (European System for Cardiac Operative Risk Evaluation II [EuroSCORE II] < 4%) incluídos no estudo Observational Study of Effectiveness of SAVR–TAVI Procedures for Severe Aortic Stenosis Treatment (OBSERVANT).
O desfecho primário foi a sobrevida de 3 anos e o desfecho secundário foram os eventos cardíacos e cerebrais maiores (MACCE) precoces e até três anos. Com a utilização do propensity score fo possível identificar 355 pares de pacientes com características basais similares.
Resultados
A sobrevida de 30 dias foi de 97,1% após a SAVR e de 97,4% após o TAVI (p = 0,82).
O tamponamento cardíaco, a necessidade de marca-passo definitivo, as complicações vasculares e a insuficiência aórtica moderada a severa foram significativamente mais frequentes nos pacientes que receberam TAVI.
Embora a taxa de AVC tenha sido idêntica em ambos os grupos, a de choque cardiogênico, sangramento maior e insuficiência renal aguda foram maiores com a SAVR.
Em 3 anos, a sobrevida após SAVR foi de 83,4% vs. 72% após TAVI (p = 0,0015). E a liberdade de MACCE foi de 80,9% para SAVR e de 67,3% para TAVI (p < 0,001).
Conclusão
Em pacientes com estenose aórtica severa sintomática e baixo risco cirúrgico, a cirurgia mostrou uma sobrevida livre de evento em 3 anos significativamente melhor em comparação com o TAVI, conforme este estudo observacional.
Mais estudos com as válvulas de nova geração são necessários antes de expandir o TAVI a pacientes de menor risco.