Novos dados do registro GARY (German Aortic Valve Registry) mostraram que pacientes de risco intermediário e com estenose aórtica severa apresentaram uma maior mortalidade em um ano quando foram tratados com implante percutâneo da valva aórtica (TAVI) que com cirurgia convencional.
Os resultados refletem a realidade da prática cotidiana, o que poderia ter múltiplos vieses que inclinaram a balança para uma ou outra estratégia e que poderiam ter influído nos resultados.
A vantagem em sobrevida a favor da cirurgia no registro persistiu após um ajuste com propensity-score, o que não descarta muitos outros fatores de confusão não ajustados.
Quase 50.000 pacientes foram incluídos no registro GARY entre janeiro de 2011 e dezembro de 2013, dos quais 22,7% tinham um risco cirúrgico intermediário (logistic EuroSCORE de 10-20%).
Em total, 5.997 pacientes submetidos a TAVI ou cirurgia valvar isolada foram incluídos na análise.
As características basais entre as duas populações foram muito diferenciadas já que os pacientes submetidos a TAVI tiveram um maior risco cirúrgico, mais idade, mais insuficiência cardíaca, mais infarto prévio e mais fibrilação atrial. A razão mais frequente para optar pelo TAVI em vez da cirurgia foi a idade e a fragilidade.
Muitos dos fatores mencionados podem ter influído na mortalidade observada em um ano com 8,9% para cirurgia vs. 16,6% para TAVI (p < 0,001).
A decisão entre uma ou outra estratégia foi tomada em 90% dos casos por um Heart Team e está claro que é impossível realizar um ajuste pelo critério médico.
Título original: Patients at intermediate surgical risk undergoing isolated interventional or surgical aortic valve replacement for severe symptomatic aortic valve stenosis.
Apresentador: Werner N.
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