O tempo entre a terapia endovascular em um AVC agudo isquêmico se associa de forma contundente aos resultados funcionais posteriores.
Dita associação poderia ser ainda maior do que previamente tinha sido sugerido em populações mais seletas dos trabalhos controlados.
Os achados deste trabalho enfatizam que os resultados funcionais da terapia endovascular podem ser enormemente melhorados com a diminuição dos tempos entre o início dos sintomas e o tratamento endovascular.
Os estudos randomizados em pacientes selecionados cursando um AVC agudo mostram que por cada hora de demora na terapia endovascular a independência funcional posterior piora 3,4%.
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Estes resultados não podem ser completamente generalizados devido aos estritos critérios de inclusão e exclusão, motivo pelo qual este trabalho busca a associação entre tempo e melhora clínica na prática diária.
O registro MR CLEAN (Multicenter Randomized Clinical Trial of Endovascular Treatment for Acute Ischemic Stroke in The Netherlands) é um estudo observacional, prospectivo, que continua recrutando pacientes em todos os centros que realizam tratamento endovascular nos Países Baixos.
Analisou-se o tempo entre o início do AVC e o começo da terapia endovascular e entre o início dos sintomas e a reperfusão bem-sucedida.
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Foram analisados 1.488 pacientes com AVC agudo que receberam tratamento endovascular. Um incremento do tempo para o início da terapia endovascular se associou a piores resultados funcionais (OR: 0,83 por hora) e 2,2% de aumento da mortalidade.
Por cada hora perdida a probabilidade de que o pacientes se recuperasse sua independência funcional caiu 5,3% (escala de Rankin modificada).
Conclusão
O tempo entre a terapia endovascular e o início dos sintomas em um AVC agudo na prática clínica diária se associa fortemente aos resultados funcionais, sendo esta uma associação muito mais contundente que entre o início dos sintomas em um infarto agudo do miocárdio e a angioplastia primária.
Título original: Time to Endovascular Treatment and Outcome in Acute Ischemic Stroke MR CLEAN Registry Results.
Referência: Maxim J.H.L. Mulder et al. Circulation. 2018;138:232–240.
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