Os resultados de DES contemporâneos em diabéticos deixam o Freedom obsoleto?

Apesar das esperanças que pusemos nas novas gerações de stents farmacológicos, os pacientes diabéticos continuam tendo um prognóstico diferente – tanto em termos clínicos quanto em termos angiográficos – que os pacientes não diabéticos.

stentOs autores pesquisaram o impacto da diabete nos pacientes que receberam angioplastia com o stent farmacológico contemporâneo no estudo BIONICS (BioNIR Ridaforolimus Eluting Coronary Stent System in Coronary Stenosis).

 

Este estudo randomizado 1:1 foi desenhado para testar o stent eluidor de ridaforolimus vs. o stent eluidor de zotarolimus em 1.919 pacientes que receberam angioplastia. A análise dos resultados nos pacientes diabéticos dois anos após o procedimento estava prognosticada no protocolo.


Leia também: O preço de assistir a demasiadas séries pela TV: aterosclerose subclínica e qualidade do sono.


A prevalência de diabete nesta população foi de 29,1%. Os pacientes diabéticos apresentaram maior índice de massa corporal, mais prevalência de hipertensão e dislipidemia e menor diâmetro de referência dos vasos.

 

Em um ano, a taxa de falha da lesão alvo (combinação de morte cardíaca, infarto relacionado ao vaso ou revascularização justificada pela isquemia) foi significativamente maior nos pacientes diabéticos (7,8% vs. 4,2%; p = 0,002). Esta diferença foi basicamente conduzida pela maior revascularização (4,5% vs. 2,0%; p = 0,002).


Leia também: A anticoagulação com um papel controverso no TAVI.


A coorte de diabéticos com seguimento angiográfico mostrou três vezes mais reestenose que os não diabéticos (15,2% vs. 4,7%; p = 0,01). Os resultados clínicos e angiográficos foram similares entre ambos os stents.

 

Conclusão

Apesar dos avanços nas novas gerações de DES, os pacientes diabéticos têm pior prognóstico clínico e angiográfico que os não diabéticos. Como sugerem os novos guias Europeus de revascularização miocárdica, a diabete deveria inclinar a balança para a cirurgia em pacientes com múltiplos vasos.

 

Título original: Outcomes Among Diabetic Patients Undergoing Percutaneous Coronary Intervention With Contemporary Drug-Eluting Stents. Analysis From the BIONICS Randomized Trial.

Referência: Maayan Konigstein et al. J Am Coll Cardiol Intv 2018;11:2467–76.


Subscreva-se a nossa newsletter semanal

Receba resumos com os últimos artigos científicos

Sua opinião nos interessa. Pode deixar abaixo seu comentário, reflexão, pergunta ou o que desejar. Será mais que bem-vindo.

Mais artigos deste autor

COILSEAL: Utilização de coils na angioplastia coronariana: uma ferramenta de valor nas complicações?

A utilização de coils como ferramenta de oclusão vascular tem experimentado uma expansão progressiva, partindo de seu uso tradicional em neurorradiologia até incorporar-se ao...

Tratamento da reestenose intrastent em vasos pequenos com balões recobertos de paclitaxel

A doença arterial coronariana (DAC) em vasos epicárdicos de menor calibre se apresenta em 30% a 67% dos pacientes submetidos a intervenção coronariana percutânea...

Perfurações coronarianas e o uso de stents recobertos: uma estratégia segura e eficaz a longo prazo?

As perfurações coronarianas continuam sendo uma das complicações mais graves do intervencionismo coronariano (PCI), especialmente nos casos de rupturas tipo Ellis III. Diante dessas...

Doença de tronco da coronária esquerda: ATC guiada por imagens intravasculares vs. cirurgia de revascularização miocárdica

Múltiplos ensaios clínicos randomizados demonstraram resultados superiores da cirurgia de revascularização coronariana (CABG) em comparação com a intervenção coronariana percutânea (ATC) em pacientes com...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

COILSEAL: Utilização de coils na angioplastia coronariana: uma ferramenta de valor nas complicações?

A utilização de coils como ferramenta de oclusão vascular tem experimentado uma expansão progressiva, partindo de seu uso tradicional em neurorradiologia até incorporar-se ao...

Tratamento da reestenose intrastent em vasos pequenos com balões recobertos de paclitaxel

A doença arterial coronariana (DAC) em vasos epicárdicos de menor calibre se apresenta em 30% a 67% dos pacientes submetidos a intervenção coronariana percutânea...

Desafios contemporâneos na oclusão do apêndice atrial esquerdo: enfoque atualizado sobre a embolização do dispositivo

Embora a oclusão percutânea do apêndice atrial esquerdo seja, em geral, um procedimento seguro, a embolização do dispositivo – com uma incidência global de...