De acordo com este trabalho apresentado no domingo no ESC 2019, o pré-condicionamento isquêmico remoto não oferece nenhum benefício clínico aos pacientes com um infarto agudo com supradesnivelamento do segmento ST em curso que recebem angioplastia primária.
Os estudos prévios eram limitados e pequenos, mas este trabalho parece trazer a evidência definitiva com relação ao pré-condicionamento isquêmico. É preciso buscar por outra via a forma de melhorar.
O estudo randomizou 5.401 pacientes com um infarto com supradesnivelamento do segmento ST em curso e angioplastia primária a pré-condicionamento isquêmico remoto, na ambulância ou no momento da admissão vs. não fazer o pré-condicionamento. Nos casos em que sim, foi feito, o pré-condicionamento seguiu a técnica da insuflação intermitente do manguito do tensiômetro acima da tensão arterial em um dos braços em 4 ciclos de 5 minutos.
Após um ano de seguimento não foram observadas diferenças entre o grupo controle e o ramo ativo no desfecho primário de morte cardíaca ou reinternações por insuficiência cardíaca. Tampouco houve diferenças nos desfechos secundários (combinação dos anteriores após 30 dias e MACCE após 30 dias e um ano).
Os resultados foram consistentes em todos os subgrupos (idade, diabete, localização do infarto, fluxo TIMI final e tempo entre o primeiro contato médico e a insuflação do balão).
Outras formas de condicionamento isquêmico também falharam, como a farmacológica (exenatide e cliclosporina) ou o pós-condicionamento mecânico insuflando novamente o balão após a recuperação do fluxo.
Título original: Effect of remote ischaemic conditioning on clinical outcomes in patients with STEMI undergoing primary PCI: the CONDI-2/ERIC-PPCI trial.
Referência: Botker HE. Presentado el 1 de septiembre en el ESC 2019. Paris, Francia.
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