Nova droga melhora a capacidade funcional em cardiomiopatia hipertrófica

Em pacientes com cardiomiopatia hipertrófica o inibidor do receptor de miosina mavacamten somado à terapia médica ótima melhora a hemodinâmica, a classe funcional e os sintomas. O mavacamten é a primeira droga em sua classe como inibidor do receptor de miosina. 

miocardiopatía hipertrófica

Apresentado em modalidade virtual no ESC 2020 e simultaneamente publicado no The Lancet, o estudo EXPLORER-HCM mostrou que 37% dos pacientes que receberam o mavacamten alcançaram o desfecho primário vs. 17% dos que receberam placebo (p = 0,0005).

O desfecho primário definiu como um aumento maior ou igual a 1,5 ml/kg/min do consumo de oxigênio somado a uma melhora de ao menos um ponto na classe funcional ou um aumento maior ou igual a 3 ml/kg/min do consumo de oxigênio em igual classe funcional. 

Esta é a primeira molécula desenvolvida especificamente para os pacientes com cardiomiopatia hipertrófica desde que se descobriu a doença há 60 anos. 


Leia também: ESC 2020 | Fibrilação atrial e controle do ritmo: uma questão de tempo?


O tratamento atual utiliza betabloqueadores e inibidores dos canais de cálcio para melhorar os sintomas da doença, mas não tem impacto em sua história natural. 

Outros procedimentos como a miectomia septal ou a ablação com álcool podem ajudar, mas são muito invasivos, requerem experiência e não estão isentos de complicações.  

O EXPLORER-HCM incluiu 251 pacientes com cardiomiopatia hipertrófica randomizados a mavacamten vs. placebo durante 30 semanas. A maioria dos pacientes se encontrava em classe funcional II no momento da randomização e todos recebiam betabloqueadores e inibidores dos canais de cálcio. 


Leia também: A 3ª geração de válvulas em anéis grandes e extragrandes.


Não foram observados efeitos adversos significativos no grupo tratamento e o perfil de segurança da droga foi muito bom. 

explorer-hcm

tulo original: Mavacamten for treatment of symptomatic obstructive hypertrophic cardiomyopathy (EXPLORER-HCM): a randomized, double-blind, placebo-controlled, phase 3 trial.

Referência: Olivotto I et al. Lancet 2020; Epub ahead of print y presentado en el congreso ESC 2020 de manera virtual.


Subscreva-se a nossa newsletter semanal

Receba resumos com os últimos artigos científicos

Sua opinião nos interessa. Pode deixar abaixo seu comentário, reflexão, pergunta ou o que desejar. Será mais que bem-vindo.

Mais artigos deste autor

Fibrilação atrial após oclusão percutânea do forame oval patente: estudo de coorte com monitoramento cardíaco implantável contínuo

A fibrilação atrial (FA) é uma complicação bem conhecida após a oclusão do forame oval patente (FOP), com incidência relatada de até 30% durante...

AHA 2025 | DAPT-MVD: DAPT estendido vs. aspirina em monoterapia após PCI em doença multivaso

Em pacientes com doença coronariana multivaso que se mantêm estáveis 12 meses depois de uma intervenção coronariana percutânea (PCI) com stent eluidor de fármacos...

AHA 2025 | TUXEDO-2: manejo antiagregante pós-PCI em pacientes diabéticos multivaso — ticagrelor ou prasugrel?

A escolha do inibidor P2Y12 ótimo em pacientes diabéticos com doença multivaso submetidos a intervenção coronariana percutânea (PCI) se impõe como um desafio clínico...

AHA 2025 | OPTIMA-AF: 1 mês vs. 12 meses de terapia dual (DOAC + P2Y12) após PCI em fibrilação atrial

A coexistência de fibrilação atrial (FA) e doença coronariana é frequente na prática clínica. Os guias atuais recomendam, para ditos casos, 1 mês de...

LEAVE A REPLY

Please enter your comment!
Please enter your name here

Artigos Relacionados

Congressos SOLACIspot_img

Artigos Recentes

COILSEAL: Utilização de coils na angioplastia coronariana: uma ferramenta de valor nas complicações?

A utilização de coils como ferramenta de oclusão vascular tem experimentado uma expansão progressiva, partindo de seu uso tradicional em neurorradiologia até incorporar-se ao...

Tratamento da reestenose intrastent em vasos pequenos com balões recobertos de paclitaxel

A doença arterial coronariana (DAC) em vasos epicárdicos de menor calibre se apresenta em 30% a 67% dos pacientes submetidos a intervenção coronariana percutânea...

Desafios contemporâneos na oclusão do apêndice atrial esquerdo: enfoque atualizado sobre a embolização do dispositivo

Embora a oclusão percutânea do apêndice atrial esquerdo seja, em geral, um procedimento seguro, a embolização do dispositivo – com uma incidência global de...