Implantar a válvula autoexpansível a uma profundidade maior que o comprimento do septo membranoso é um preditor independente de necessidade de implante de marca-passo definitivo. O recomendado é liberar a válvula entre 3 e 5 mm abaixo do anel em uma projeção coaxial ao dispositivo. O problema é que esta projeção raramente coincide com o plano anular da válvula.
A projeção ideal para o plano do anel é tipicamente sugerida pela tomografia. Para as CoreValve, em geral a correção da paralaxe é conseguida agregando oblíqua direita caudal, o que preserva o plano do anel da valva nativa e produz uma sobreposição do seio coronariano direito com o esquerdo (“cusp overlap”).
Isso contrasta com a recomendação do fabricante que sugere como projeção para o implante a oblíqua esquerda, projeção que aparenta um implante entre 1 e 2 mm menos profundo que o real.
Com esta técnica seria possível conseguir um implante mais alto e tornar a válvula autoexpansível com o balão expansível mais competitiva em termos de distúrbios de condução.
O risco de um implante excessivamente alto com esta técnica poderia ser um aumento da regurgitação paravalvar ou, no pior dos casos, a embolização.
Leia também: As oclusões totais deveriam influir na estratégia de revascularização?
Estudos pequenos e observacionais utilizando esta técnica (“cusp overlap”) mostraram uma taxa de implante de marca-passo definitivo abaixo de 5% para a CoreValve e sem um aumento significativo da regurgitação ou da embolização do dispositivo.
Conseguir um implante entre 3 a 5 mm abaixo do anel utilizando as projeções radiológicas escolhidas para uma correta observação tanto da valva nativa quanto do dispositivo pode ajudar em grande medida a melhorar a taxa de implante de marca-passos.
Isso deve ser confirmado em registro multicêntricos com especial atenção à população de baixo risco.
CIRCINTERVENTIONS-120-009258freeTítulo original: Low Rates of Permanent Pacing Are Observed Following Self-Expanding Transcatheter Aortic Valve Replacement Using an Annular Plane Projection for Deployment.
Referencia: Anthony D. Pisaniello et al. Circ Cardiovasc Interv. 2021;14:e009258. DOI: 10.1161/CIRCINTERVENTIONS.120.009258.
Subscreva-se a nossa newsletter semanal
Receba resumos com os últimos artigos científicos