Os pacientes com diagnóstico de doença cardiovascular que recebem aspirina como prevenção secundária podem receber baixas doses de dita droga com a mesma eficácia que aqueles tratados com 325 mg.
Segundo o estudo ADAPTABLE, apresentado no congresso ACC 2021 e simultaneamente publicado no NEJM, ambos os esquemas se associaram a um risco muito baixo de sangramento.
Os resultados mostraram que não há diferenças entre 81 mg e 325 mg de aspirina, o que dilucida algumas incertezas sobre a dose correta em prevenção secundária.
Alguns cruzamentos de ramo (principalmente de 325 mg a 81 mg) poderiam diminuir o poder do estudo, embora não deixe de ser impressionante o fato de para a maioria dos pacientes 81 mg de aspirina serem suficientes. Poderia ficar a dúvida naqueles que se encontram recebendo 325 mg atualmente e não têm nenhum motivo para reduzir a 81 mg.
O editorial que acompanhou esta publicação criticou muito o cruzamento entre ramos, chegando a sugerir que é impossível concluir que ambas as doses sejam igualmente eficazes.
Para a Sociedade Europeia de Cardiologia, a recomendação atual é baixas doses de aspirina como prevenção secundária, mas para os guias da ACC/AHA a recomendação não é clara no que se refere à dose. 60% dos pacientes que recebem alta após o infarto nos Estados Unidos têm a indicação de 325 mg de aspirina.
O estudo ADAPTABLE incluiu mais de 15.000 pacientes com doença cardiovascular randomizados a 81 mg vs. 325 mg de aspirina. Um terço dos pacientes apresentava o antecedente de infarto agudo do miocárdio e mais da metade tinha o antecedente de revascularização coronariana durante os 5 anos prévios.
bajas-de-AASTítulo original: Comparative Effectiveness of Aspirin Dosing in Cardiovascular Disease.
Referência: W.S. Jones et al. Presentado en el ACC 2021 y publicado simultáneamente en NEJM. DOI: 10.1056/NEJMoa2102137.
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